Review: Texhnolyze Uma viagem excruciante, agoniante e extremamente interessante.

Vitor Nascimento
(Podcaster)
@ifusic
©Madhouse

Texhnolyze  – Ficha Técnica

Gênero: Ação, Sci-fi, Psicológico, Drama
Estúdio: Madhouse
Baseado em: – (Material feito originalmente para a TV)
Número de Episódios: 22
Estreia: 2003

Esse anime é uma das obras do trio: Chaki Konaka, Yasuyuki Ueda e Yoshitoshi Abe, responsáveis por Serial Experiments Lain em 1998. E assim como Lain, falar sobre a história de Texhnolyze é… complicado.

O anime segue Ichise, um garoto que logo no começo quase morre, porém, tem sua vida salva e sua perna e braço substituídos por membros protéticos. Nessa jornada, ele acaba conhecendo uma garota misteriosa, Ran, que tem o poder de ver possíveis futuros. Assim, ele se da conta que sua cidade está a um fio da guerra e destruição. Eles são os únicos capazes de, talvez, salvar a cidade.

A atmosfera dessa série é trabalhada com muito cuidado para transmitir um pesar, uma claustrofobia e utilizando de palavras chiques, um niilismo. Texhnolyze é “dark”, mas não igual Evangelion ou Akira, mas sim para Ima, Soko no Iru Boku. A cor mais prevalecente durante todo o anime é o preto e o marrom, e mesmo quando há uma variação estética, as cores continuam sem transmitir nenhuma vida.

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Um pouco mais sobre o anime

Por ser um anime dos 2000, ele não possui nem um traço da estética “moe”, que, hoje em dia, prevalece. Então, há poucos personagens belos e até mesmo os fofos têm algo que te passam algum desconforto. Mas apesar dele não ser um doce aos olhos, ainda dispõe de um “background art” bem detalhado, experimental e interessante.

Acho importante que mesmo sendo “dark”, o anime é bem diferente de outras coisas que as pessoas consideram “dark”, sim, ele é escuro. Sim, existe “gore”; sim ele não é bonito de forma tradicional, mas é a o mais distante possível de obras como Another, Deadman Wonderland ou Shinsekai Yori. Animes, que, apesar de trabalharem temas pesados, não conseguem traduzir isso esteticamente e utilizam de técnicas baratas como “gore” gratuito.

Tehxnolyze é o inverso, chega a ser difícil de assistir para aqueles que não possuem muita força de vontade. Os diálogos são raros, os episódios são cheios de cena em uma “vibe arthouse”. Custa muito para você se investir na história e ter uma ideia geral do que está acontecendo naquele mundo; se é que em algum momento no anime você vai entender direito.

©Madhouse

Isso tudo pode parecer críticas, na verdade, é o contrário. Eu amo o quanto o anime não se faz acessível. Eu amo o quanto os personagens não ficam parados em um lugar te explicando as coisas (olhando para você SAO). Sou extremamente fã do estilo do Yoshitoshi Abe que consegue ser cartunesco, mas ao mesmo tempo cruel e realista. Gosto de um mundo que tenho de desvendar pouco a pouco e nunca entender completamente toda a sua complexidade.

Para mim, Gilton Sales, esse anime é perfeito para fazer AMV’s com “Black Metal” tocando de fundo e para todos que são fãs de coisas mais experimentais, niilistas e cruéis.

Nota: 9 – Ótimo 


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