Ficha Técnica – SANDA
Estúdio: Science SARU
Gênero: Aventura, Comédia, Fantasia
Origem: Mangá
Data de estreia: 4 de outubro
SANDA chega com o impacto de uma nevasca repentina: gelada, caótica e visualmente arrebatadora. A história se passa em um Japão futurista, devastado por uma crise demográfica tão severa que transformou as crianças em um recurso quase sagrado — e os adultos, em uma espécie de ameaça. É nesse mundo distorcido que conhecemos Sanda Kazushige, um jovem aparentemente comum que guarda uma conexão ancestral com o mito de Papai Noel. A estreia é uma verdadeira avalanche de ideias — fantasia, crítica social e simbolismo religioso se misturam em uma narrativa que não tem medo de ser estranha, extravagante e até desconfortável.
Sinopse:
Em um futuro distante onde o Natal é apenas uma memória esquecida, Sanda, o último descendente de Santa Claus, vive uma vida normal. No entanto, uma série de eventos o leva a uma jornada fantástica para encontrar o verdadeiro Papai Noel, um ser mítico, e reacender o espírito natalino no mundo. Acompanhe Sanda em sua aventura para descobrir o significado do Natal em uma sociedade que o abandonou.
A produção da Science Saru é um espetáculo visual. Sob a direção de Tomohisa Shimoyama e roteiro de Kimiko Ueno, a série exibe uma estética pulsante e cheia de personalidade. Os traços de Paru Itagaki (autora de Beastars) ganham nova vida em animação, entregando expressões intensas e momentos de pura tensão. Cada frame parece gritar algo — da paleta de cores saturada ao contraste entre luzes natalinas e violência urbana. É um daqueles episódios em que o caos visual é proposital, e o espectador precisa se render ao turbilhão para aproveitar a experiência.
Mas a ousadia vem acompanhada de excessos. O ritmo é acelerado a ponto de quase atropelar o espectador — em vinte minutos, há assassinatos, explosões, transformações e reviravoltas que poderiam facilmente ocupar três capítulos. Em alguns momentos, a narrativa parece mais interessada em chocar do que em construir. Há também uma sensação de desconexão emocional: Sanda se transforma rápido demais, e o roteiro nem sempre dá tempo para que suas motivações se assentem. Ainda assim, há algo fascinante em assistir um anime que prefere pecar pelo excesso do que pela falta de ambição.
No fim, SANDA estreia como uma das obras mais curiosas e provocantes da temporada. É um anime que mistura o sagrado e o grotesco, a infância e a guerra, o Natal e o desespero humano — tudo em um só presente explosivo. Apesar de seus tropeços narrativos, o visual exuberante e o simbolismo ousado fazem valer a jornada.
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