Especial Shonen West: Bliss é a prova de que a arte se expressa além das palavras O mangá brasileiro da Shonen West, além de uma narrativa introspectiva, se destaca pela belíssima arte

Welerson Silva
(Redator do Blog)
@welcr_silva

Bliss
©Bliss

O mangá “Bliss“, de Filipe Gazen, lançamento da editora Shonen West, é um convite à calmaria. Com uma narrativa curta e sem diálogos, o autor nos apresenta Bliss, uma garota forte e corajosa que embarca em uma aventura solitária pelas ruínas de uma antiga cidade. Sendo sincero, não há muito o que falar aqui. O ponto alto do mangá Bliss está justamente naquilo que o sustenta: a arte.

Os traços de Gazen remetem à estética dos mangás japoneses dos anos 80 e 90. Para os mais saudosistas, este título é uma ótima recomendação de leitura, principalmente para quem busca histórias curtas. Afinal, Bliss é um mangá one-shot com poucas páginas. Outro detalhe importante sobre Bliss é o fato de ele evocar aquele velho conceito de que a arte fala por si só.

Aqui, esse ditado ganha uma roupagem literal, uma vez que o pilar da narrativa é exclusivamente visual. Além disso, também é cabível nesse contexto a ideia de subjetividade. Apropriando-se desse estilo de contar histórias, o autor não só entrega uma ideia clara, mas também abre um leque de possibilidades subjacentes que dependem da visão de cada leitor.

Mas, afinal, do que se trata o mangá Bliss?

© Mangá Bliss
©Bliss

Partindo do pressuposto do autor, a história parece envolver sentimentos de saudade, melancolia e amor. Desde o início do mangá somos apresentados à protagonista, que parece estar vivendo uma fase de insônia.

Para contornar essa situação, ela se “afoga” na música e em caminhadas noturnas para admirar a paisagem, momentos que geram incríveis cenas contemplativas. Além disso, outra característica forte é a ideia do que a aflige. Até a última página, podemos inferir muitos cenários possíveis.

No entanto, ao chegarmos à última página do mangá Bliss, percebemos que o tormento da garota era a saudade de seu amado. Agora, onde ele estava, por que ela sempre carregava um bastão mesmo estando em um local completamente isolado, e mais, por que ela estava em um lugar como aquele, são perguntas que permanecem sem respostas.

© Mangá Bliss
©Bliss

Uma leitura leve e ideal para passar o tempo

Somos seres sociais, precisamos de contato com outras pessoas, mesmo que seja de forma limitada. Quando ficamos isolados por muito tempo, nossa saúde mental e bem-estar podem ser afetados. Agora, imagine estar longe de alguém que amamos, pessoas com quem temos um vínculo forte e especial.

O mangá Bliss mostra bem essa sensação. A protagonista sofre de insônia, vive inquieta e insegura. Ela está sozinha, afastada de quem ama e queria estar por perto. Mas, no final, algo muda. A personagem aparece com um olhar diferente, muito mais leve do que antes.

© Bliss
©Bliss

Quando ela encontra seu namorado ou marido (ou seja lá quem for — isso fica aberto à interpretação), o medo desaparece. A tristeza dá lugar à alegria. O que era solidão, agora se torna um novo começo, vivido a dois.

Parabéns ao autor pelo ótimo trabalho com Bliss. Os traços são o ponto forte da obra, junto com uma narrativa introspectiva e silenciosa. Mesmo sem falas, a emoção chega com clareza. Você pode ler o mangá acessando a página oficial de Bliss na Shounen West.

© Bliss
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