O número de estudantes do ensino médio que buscam consultas sobre gravidez está aumentando em meio ao fechamento prolongado das escolas com o objetivo de impedir a propagação da epidemia de coronavírus.
“Com escolas e atividades extracurriculares em hiato, alguns estudantes que estavam em casa tiveram a oportunidade de fazer sexo que resultou em gestações indesejadas“, disse um funcionário de um serviço de consulta do setor privado contatado por estudantes de todo o país.
O Hospital Jikei, na cidade de Kumamoto, conhecido por sua escotilha Konotori no Yurikago (Berço das Cegonhas), onde os pais podem deixar seus bebês anonimamente se tiverem dificuldade em criá-los sozinhos, teve um aumento nos pedidos de consultas de mulheres jovens e menores. Principalmente de estudantes do ensino médio, desde março, quando as escolas em todo o país fecharam.
Uma estudante disse ao hospital que ela teve um teste de gravidez positivo depois de fazer sexo em casa durante o fechamento da escola, quando seus pais estavam fora.
Mesmo em tempos típicos, os pedidos de consultas de gravidez para alunos do ensino médio tendem a aumentar após longos períodos de descanso, como férias de verão, de acordo com o Hospital Jikei.
Em abril deste ano, o hospital recebeu 75 pedidos de consultas de alunos do ensino médio, um aumento de 17 pedidos em relação ao ano anterior. Representando 13% do total de solicitações de consultas sobre gravidez naquele mês, atingindo o nível mais alto desde que o hospital abriu seu ponto de contato dedicado.
Chiisana Inochi no Doa, um centro de consulta que dá conselhos sobre gravidez em uma maternidade em Kobe, foi inundado com pedidos de consultas a estudantes.
Uma estudante do ensino médio no oeste do Japão disse ao escritório que participou do chamado enjo kousai com compromissos compensados porque a crise do coronavírus a impediu de trabalhar em meio período. Ela descobriu que estava grávida através de um teste de gravidez após entrar em contato com o escritório.
O centro geralmente recebe de 20 a 30 pedidos de consulta por mês. O número dobrou em março e chegou a 89 em abril. A proporção de adolescentes, que normalmente fica em torno de 20%, chegou a 70%.
“Não existe uma maneira 100% certa de evitar a gravidez. Sexo não deve ser confundido com amor “, disse Yoriko Nishio, que trabalha para Chiisana Inochi no Doa.
“O sexo está relacionado à questão da vida“, disse Makoto Hasuda, chefe da seção do Hospital Jikei, que fornece consultas sobre recém-nascidos. “É necessário melhorar a educação” sobre sexo, acrescentou Hasuda.
“As preocupações não devem ser mantidas em sigilo. Não hesite em entrar em contato conosco o mais cedo possível”, disse Hasuda.
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