Tokyo Ghoul: ainda vale a pena assistir? O que esperar da segunda parte da terceira temporada do anime?

Leticia Santana
(Redatora de Blog)
©Pierrot/Sui Ishida

Tokyo Ghoul

Título alternativo: Tokyo Ghoul: re
Gênero: Ação, Drama, Gore, Sobrenatural, Suspense, Terror
Estúdio: Pierrot
Número de episódios: 12
Estreia: 2018 | Temporada de Primavera

Tokyo Ghoul: re é a sequência de uma série intitulada Tokyo Ghoul, escrita e ilustrada por Sui Ishida; publicada pela editora Shueisha.

A série ganhou uma adaptação para a TV na Temporada de Primavera de 2018, e contou com 12 episódios iniciais a serem continuados na Temporada de Outono, deste mesmo ano, tendo Odahiro Watanabe como diretor, música de Yutaka Yamada, e sendo produzida pelo estúdio Pierrot.

Na obra, acompanhamos os fatos posteriores ao ataque da CCG a Anteiku, e a criação de uma equipe especial conhecida como: Esquadrão Quinx, liderada por Haise Sasaki. Com a finalidade de combater ghouls, e toda e qualquer organização terrorista a qual os mesmos façam ou possam vir a fazer parte.

As três temporadas

©Pierrot/Sui Ishida

A primeira temporada de Tokyo Ghoul é conhecida por ser a menina dos olhos dos fãs da obra: ela possui uma das aberturas mais marcantes e conhecidas do mundo dos animes, com uma arte incrível, bela sequência de imagens e música que, até hoje faz, parte da playlist de muita gente.

Durante a temporada, fomos apresentados ao mundo dos ghouls sob a perspectiva de Kaneki Ken, que, através de seus conflitos internos, levava o espectador a questionar os paradigmas da sociedade. Sobre o que é ser bom ou ser ruim e com muita veracidade. Além disso, contou com uma trilha sonora marcante e cenas de ação de tirar o fôlego.

Quem não vibrou ao ver aquele Kaneki badass” na luta final contra o Yakumo Ōmori (Jason); com uma sequência de imagens e coreografia de tirar o fôlego, e com o tema de abertura tocando durante o ápice da luta? Ah, bons tempos aqueles…

©Pierrot/Sui Ishida

Prosseguindo

Então, vem a segunda temporada. Todo mundo com o hype lá em cima, esperando para ver aquele Kaneki fodão, de cabelo branco, todo estiloso, e tal, porém, o que acontece? O protagonista é praticamente deixado de lado, e a história toma um rumo totalmente diferente do material original, no fim, ninguém entendeu nada.

Mais uma vez, uma nova temporada é anunciada. Os fãs começam a se animar novamente ao descobrirem que o RE seria adaptado, só que, para a angústia deles, a primeira bomba acontece: mudaram o diretor e o design dos personagens do anime.

Ok, respira, pode ser que esse diretor seja tão bom quanto o primeiro (Shuhei Morita), e dessa vez tenhamos uma adaptação mais fiel ao mangá; sem grandes surpresas. Quanto ao design dos personagens, vamos esperar e ver no que vai dar. Qualquer coisa a gente acostuma.

É, por incrível que pareça, a mudança dos traços dos personagens me incomodaram menos do que a trilha sonora; e os cortes de cenas do diretor.

Não me refiro à opening ou à ending, pois particularmente gostei muito das duas (não confunda trilha sonora com abertura ou encerramento), e sim à música de fundo que faz toda a diferença nas cenas mais dramáticas ou de luta (detalhe: o responsável pela trilha é o mesmo nas três temporadas, portanto, perceba o quão importante é o papel de um diretor para qualquer tipo de produção).

Em linhas gerais

A impressão que dava, era a de que eu estava vendo um outro anime – com menos qualidade. O que é difícil de aceitar. Já que a produção adaptou fielmente o mangá, porém, mesmo assim, não conseguiu chegar nem perto da qualidade das lutas apresentadas na primeira temporada.

©Pierrot/Sui Ishida

Por fim, para piorar ainda mais a situação, o diretor; provavelmente acreditando que causaria um grande impacto na cena, trazendo nostalgia ao público e tal, colocou o tema de abertura da primeira temporada como música de fundo. Eu não sei vocês, mas aquilo só me fez lamentar por tudo o que Tokyo Ghoul foi. E tudo o que ele deixou de ser devido a uma péssima direção.

Expectativas para a próxima temporada

Certo. Então depois de tudo isso, podemos dizer que não vale a pena assistir Tokyo Ghoul?

Pessoalmente, acredito que ainda vale a pena assistir a animação, e irei listar alguns pontos que justificam essa afirmação.

©Pierrot/Sui Ishida
  • Primeiro: nem todo mundo se liga ou se prende à questões técnicas; como traços dos personagens, fluidez na animação, trilha sonora, etc. A grande maioria apenas quer ver o seu anime favorito sendo produzido, e isso por si só já basta;
  • Segundo: a obra está sendo adaptada por completo. E, por mais mudanças que ela tenha sofrido durante o processo, ela terá início, meio e fim. Diferente de muitos animes que sequer têm previsão para serem continuados;
  • Terceiro: o que mais se destaca em Tokyo Ghoul, não são as lutas ou o fato de fazer parte do gênero terror, e sim o aspecto psicológico da obra. Os conflitos internos, as mudanças de personalidade do protagonista, que, está sempre se reinventando, e chamando o espectador à reflexão diante do lado mais obscuro da sociedade; que muitas vezes fingimos não perceber.

Enfim, com certeza, vale muito a pena acompanhar essa obra que, pode até não ter tido a sorte de obter a adaptação a qual merece, mas que nem por isso a torna menos proveitosa e digna de apreciação. Certamente, estarei firme e forte acompanhando a última parte da terceira temporada de Tokyo Ghoul: re, sem grandes expectativas; é verdade! Mas torcendo por um último milagre.


ESCUTE no SPOTIFY
SUA OPINIÃO É IMPORTANTE. COMENTE AQUI!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião
deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.