Até que ponto a vingança é justificável? Sobre o caminho obscuro da obsessão e do desejo da vingança que vemos em alguns animes

Bolinhodearroz
Hunter x Hunter
©Madhouse / Hunter x Hunter

Se tem um tema que estamos bem familiarizados de ver nos animes, esse tema é a vingança, sobretudo com a história atual que mais vem dando o que falar: Kaifuku Jutsushi no Yarinaoshi (Redo of Healer). Mas o que é mesmo a vingança e será mesmo que vale à pena, baseado nos enredos que vemos sobre o assunto?

Primeiramente, vamos colocar na ponta do lápis o que é a vingança em si. Quando um determinado personagem passa por um trauma tão grande que deixa um vazio em seu coração, seja perdendo uma pessoa ou todo o seu povo, aquele recente espaço aberto se torna, imediatamente, um terreno fértil para crescer o ódio que origina o impulso e o desejo intenso por “dar o troco”. Então percebemos que o ressentimento, a dor e a sensação de perda, de repente, transformam aquele ser de tal maneira que fazem sobressair as áreas mais obscuras de seu coração para impulsioná-lo no que é necessário em sua busca do acerto de contas e de dar sentido não apenas à sua vida, mas também à sua dor.

Kaifuku Jutsushi no Yarinaoshi
©TNK / Kaifuku Jutsushi no Yarinaoshi

Dessa forma, mesmo que o anime até não mostre a fase de crescimento daquele personagem enquanto canalizava seu ódio, notamos de maneira bem clara essa dialética da vingança no seu desenvolvimento mais amadurecido e como o ressentimento e a sensação amarga da dor puderam transformar e consumir aquele personagem até o momento que sua vida se resumiu nessa busca incessante por vingança.

No entanto, sabemos que é muito raro uma história em que o personagem teve sucesso em sua vingança sem pagar um preço por isso. Mas onde eu quero chegar com tudo isso? Por ser Kaifuku a polêmica mais recente, ele abre margem para discutir muitos tópicos dos animes que são de extrema importância e um deles é a vingança que “nunca é plena, mata a alma e a envenena”tá, eu não resisti-.

Sempre que pensamos no assunto, lembramos imediatamente de um dos personagens que carregou esse desejo do acerto de contas e um ódio descontrolado por muito tempo, Sasuke Uchiha, um dos que mais buscou por vingança em todo o universo dos animes. Antes disso, é válido deixar o aviso de que este texto pode conter alguns spoilers, então é bom ler com cuidado e pular algumas partes que julgar necessário.

Naruto: Shippuuden
©Studio Pierrot / Naruto: Shippuuden

Pois bem, todos conhecemos (até quem não assistiu) o famoso Sasuke Uchiha que alimentou um imenso ódio pelo seu irmão, Itachi Uchiha, durante toda a sua vida por ele ter massacrado seu clã inteiro, incluindo seus pais, e fugido. O garoto foi canalizando aquela dor de ter sido o único sobrevivente e de ter visto o irmão que idolatrava acabar com toda a sua família em um piscar de olhos, juntamente com o desejo profundo de seu coração de fazê-lo pagar por isso, e caminhou toda a sua vida em direção a esse único objetivo.

Vemos que ele treinou com toda a sua vontade, passou por todos os testes necessários para alcançar a experiência que precisava para sair em busca de Itachi, insistia em não se apegar a ninguém que encontrava durante a sua jornada (até seus colegas de equipe que só queriam ajuda-lo e salvá-lo) e desprezava qualquer coisa que julgasse não ser do seu nível e não merecer sua atenção. Mas quando ele percebeu que tudo isso, todo aquele ódio, ainda não eram suficientes, ele se rendeu e se entregou (entregou seu corpo, literalmente) ao único caminho que oferecia um atalho para adquirir o poder que ele precisava.

Com isso, Sasuke foi para o “lado do mal” e se deixou consumir pelo seu desejo mais profundo, aceitando tudo o que Orochimaru lhe ofereceu, dando as costas para todos aqueles que o amavam, apenas para conseguir vingar seu clã e destruir seu inimigo. No entanto, esse personagem é uma daquelas provas vivas de que a vingança não é o caminho e que se entregar para o ódio só resulta em um sentimento amargo e um vazio inigualável.

Naruto
©Studio Pierrot / Naruto

Quem viu o anime sabe muito bem como tudo isso terminou. Após usar todo seu esforço, ultrapassar todos os limites e até se tornar o inimigo de Konoha, o garoto finalmente conseguiu a sua “vingança”, mas no lugar do alivio esperado, ele descobriu a verdade que era ainda mais dolorosa, principalmente quando juntou todas as peças e compreendeu que aquele ódio nutrido desde pequeno e a vingança que ele tanto buscou, eram sem nenhum motivo. Seu irmão apenas o manipulou para que aquela criança não carregasse também os pecados de seu clã, pensando no bem de seu irmãozinho e aceitando carregar o fardo de ser o único inimigo daquele povo.

Sasuke Uchiha finalmente percebeu que a vingança alimentada e carregada por muitos anos só lhe trouxe a desgraça, consumiu toda sua alma e toda a vida que poderia ter usufruído junto de seus amigos, restando apenas arrependimentos e a dor da perda da única pessoa que pensava em protege-lo.

Hunter x Hunter
©Madhouse / Hunter x Hunter

Será que veremos esse destino e sensação de vazio também com Kurapika? Em Hunter x Hunter, o personagem também busca a morte de todos os membros da gangue responsável por extinguir seu povo e comercializar seus olhos no mercado negro. Em troca do poder necessário, ele impôs uma restrição em seu coração e arrisca sua própria vida para vingar o clã Kurta. Assim ele segue sua jornada buscando se fortalecer para encontrar o inimigo e executar sem nenhuma piedade, até que ele finalmente consegue a chance de começar a colocar em prática os seus planos.

Obviamente ele não está aqui tentando matar pessoas inocentes, muito pelo contrário, já que aquela gangue é responsável por inúmeras mortes e roubos por todo o continente, além de ser considerada como tendo alguns dos membros mais fortes de todo o continente. Mas quando notamos a reação do Kurapika até mesmo por ouvir falar daquelas pessoas ou quando jogam o nome de seu povo na lama, o ódio se estampa em sua face instantaneamente. Com sangue nos olhos (quase que literalmente), aquele jovem perde totalmente o controle diante de qualquer gatilho sobre sua perda e sobre o vazio (agora recheado de escuridão) de seu coração.

Para quem viu o anime, também deve ter percebido que toda essa jornada só aumenta ainda mais esse buraco instalado na sua alma e (spoiler do mangá) quando ele acha que conseguiu juntar todos os olhos roubados de seu povo, se vê encarando um canto escuro, como a mesma escuridão que existe no seu coração e em seu rosto podemos perceber que aquele vazio está muito longe de ser preenchido. Até quando encontrou bons amigos e companheiros que o faziam esquecer, mesmo que durante um breve momento, aquela dor e se sentir feliz, ele toma a decisão de que seu caminho deve ser trilhado na solidão para que todo aquele ódio continue mais forte do que nunca, afinal seus poderes dependem principalmente da força desse sentimento negativo.

Jigoku Shoujo
©Studio Deen / Jigoku Shoujo

E isso porque estamos falando de sujeitos vingadores em busca de justiça por todo seu povo, mas e quando acontece o oposto? Em Jigoku Shoujo, Enma (e seus pais) é perseguida e morta pelos próprios moradores de sua aldeia durante um ritual bizarro de sacrifício por uma boa colheita, mas ninguém esperava pelo que estava por vir. Como já falei aqui sobre a busca pela vingança que consome seu portador e faz com que ele perca sua alma, com a garota Enma não é nada diferente – aliás, acontece literalmente -. Em seus últimos momentos de vida, ela oferece sua alma ao Senhor do Inferno e jura vingar a crueldade daquele povo com todo o seu rancor e o daqueles que sofreram nas mãos desses sacrifícios cruéis. Agora ela caminha pela terra com a tarefa de levar 8 mil almas para o inferno, junto com ela, porque ao fazer o pacto sua vida foi totalmente tomada e sua alma iria vagar na escuridão e na dor por toda a eternidade. E, mesmo sabendo disso, o ódio a fez aceitar esse destino infeliz, apenas por vingança.

Bee Train / Blade of the Immortal
©Bee Train / Blade of the Immortal

Em Blade Immortal vemos também algo parecido, uma garota que se deixa consumir pelo ódio e pelo desejo de sangue contra aqueles que mataram seu pai e sua mãe de forma brutal. Rin era apenas uma menina quando presenciou essa cena tão traumatizante e agora só queria sua vingança, porém a única forma de acabar com a vida dos culpados era contratando o mercenário chamado Manji, o assassino dos 100 homens, que iria caçar e matar cada um deles em uma jornada sanguinária.

Assim começa a vida daquela garota que iria passar por experiências inesperadas, pesadas e terríveis, com danos severos para sua mente e seu corpo. Mas o que ela ganhou em troca? Durante essa busca por sangue, vidas inocentes também foram afetadas e passamos a questionar agora qual o sentido da vingança e se um dia esse ciclo interminável de violência poderá ser quebrado. E, em como Jigoku Shoujo, aquela que um dia era a alma inocente e a vítima das situações perversas, passa a ser a causadora de todas as atrocidades e de um infindável derramamento de sangue durante essa eterna carência de um sentido para sua dor.

Code Geass: Hangyaku no Lelouch
©Sunrise / Code Geass: Hangyaku no Lelouch

Porém também temos outro tipo de vingança, uma bem conhecida também: a busca pela paz (e pela vingança, se é que ambas possam coexistir) em Code Geass. Certamente esse anime nos faz questionar até onde os fins justificam os meios e, mesmo que fosse uma boa causa, o desenvolver da história nos faz refletir sobre os métodos questionáveis de Lelouch. Pelo fato dele ser um exímio estrategista e conseguir pensar em vários passos à frente, acaba se deixando levar pela própria cegueira e ultrapassar diversos limites, algo que sai pela culatra e causa a falha de alguns de seus planos. Devemos também nos atentar para as diversas mudanças do protagonista ao longo do anime, que se deixa influenciar pelo ambiente à sua volta durante o desenrolar da história.

Code Geass possui uma complexidade acima do que entendemos sobre o bem e o mal entre os seres humanos e em como enxergamos a sociedade. Enquanto vemos a jornada de Lelouch, observamos ele se dividir, sozinho, em uma dicotomia protagonista totalmente contraditória: o herói disposto a se sacrificar pela liberdade de um povo e o vilão frio e orgulhoso, decidido a derrubar tudo que aparecer em seu caminho que tentasse atrapalhar seus planos contra seu pai. Mas aqui percebemos como essa vingança é diferente do que debatemos até agora, aquela que possui duas finalidades: a de acabar com um inimigo específico e, ao mesmo tempo, salvar todo um povo.

Code Geass: Hangyaku no Lelouch
©Sunrise / Code Geass: Hangyaku no Lelouch

Por verdadeiramente acreditar em sua ideologia, o jovem decide enfrentar até as últimas consequências pela vingança contra seu pai, o imperador tirano de Britania que é responsável por todos os conflitos naquele mundo.

Lelouch era apenas um estudante comum, até conseguir um determinado poder (chamado de Geass) que lhe deu uma autoridade suprema sobre as pessoas e ajudou a seguir em frente na sua vingança que tinha como base toda sua ira contra o pai que o expulsou de seu próprio país, logo após sua mãe ser assassinada e ainda somar se com a doença de sua irmã que a deixou deficiente. Sozinho ele decide que todo o império precisa ser extinto e aqueles que lhe fizeram mal deveriam pagar por isso. Com a vingança arquitetada de maneira magistral, ele coloca tudo em prática com um poder absurdo e uma mente genial. Apesar das falhas, ele nunca desiste, mas a que preço? Até que ponto é aceitável tirar a liberdade de pessoas para lutar, justamente, pela liberdade de toda uma nação?

Nesse anime conseguimos comprovar que é inevitável escapar da tentação e, um jovem que era, aparentemente, bom e altruísta, se transformou (ou era assim em sua essência, mas se revelou) em um ser humano frio e calculista com as faíscas contínuas da ira e da vingança em sua alma, até o seu sacrifício final, que ainda seria pelo bem de todos.

Hunter x Hunter
©Madhouse / Hunter x Hunter

Sei que esse texto já ficou muito extenso e por isso já podemos caminhar para seu final com outro exemplo de uma pessoa boa tomada pelo ódio, Gon de Hunter x Hunter. “Ah, mas ele não tem a trajetória de vingança como os outros personagens, porque o arco dele é sobre a busca pelo pai”, isso não deixa de estar certo, porém uma parte importante do seu desenvolvimento é justamente sua transformação de um ser puro para um cheio de ódio por uma criatura em específico.

Estamos falando do arco das Formigas Quimera, onde Gon massacrou de maneira brutal a formiga Pitou. Aqui vemos a que ponto chegou aquela criança que era doce, inocente, gentil e puro que passou por tantas coisas na vida, sofreu inúmeras experiências que nunca chegaram a abalar sua gentileza completamente. Até que chega esse arco do anime que é tão cruel para os personagens, quanto para nossas mentes mais sãs, em que aquele garoto tão bom, sempre na busca pelo seu pai (Ging), se depara com Kaito e enxerga nele quase que uma figura paterna, uma pessoa para se admirar pela sua força e pela sua essência, se apegando, então, àquele personagem que era o aprendiz de seu pai há muito tempo e que iria ajudá-lo a guiar Gon na sua busca por Ging.

Hunter x Hunter
©Madhouse / Hunter x Hunter

Mas, infelizmente, algo acontece e Gon vê aquela pessoa, que ele construiu um laço emocional tão forte e que era tão importante para ele, morrer de uma maneira totalmente inesperada. Esse fatídico acontecimento da perda de Kaito que sempre quis proteger o Gon, sobretudo por ele ter sido morto justamente para proteger as crianças, abalou totalmente as estruturas do jovem e é como aquele ditado: quanto maior a altura, pior é a queda. Isso, pois o Gon se recusava a acreditar que o Kaito realmente havia morrido e foi alimentando sua perseverança, seu otimismo, sua inocência e ficando mais forte, apenas para receber o choque final da realidade de que a sua incessante busca pelo retorno daquele que ele tanto admirava foi completamente em vão, porque Kaito havia mesmo morrido.

Então é aqui que vemos o processo da consumação do ódio e da vingança que consegue transformar até mesmo a criança mais pura em um “monstro” que só quer a morte. Que o Gon já não estava mais pensando em ninguém além do Kaito, isso era certeza, mas ao percebemos que ele entrou no palácio unicamente para acabar com a raça de Pitou, comprovamos que sua obsessão não iria dissipar-se até cumprir seu desejo de ódio que não estava totalmente formado ainda por ele ser apenas uma criança, com sua mente e sua essência em uma completa confusão. No entanto, ao ter esse brusco confronto com a realidade cruel daquela situação e que não havia mais volta, essa criança pura desiste de sua vida, de seu futuro, daquela sua busca pelo pai, de sua família e amigos, enfim, de tudo que ele tinha e do que queria, apenas para conseguir o poder necessário para massacrar aquela criatura que estava à sua frente.

Por um breve (e muito importante) momento, o Gon que conhecíamos se foi e se sacrificou para obter um poder descomunal que pudesse saciar o seu desejo de vingança e o seu ódio de tamanho proporcional àquela aura absurda que surgiu completamente do nada. E esse poder foi (além de instantâneo), convenientemente, o exato necessário para ele cumprir seu objetivo e liquidar Pitou com meros dois golpes.

Hunter x Hunter
©Madhouse / Hunter x Hunter

Percebemos, portanto, a que ponto alguém pode chegar apenas movido pela ira e pela vontade de vingar um ente querido. Gon se deixou ultrapassar todos os limites físicos, mentais e espirituais, para conseguir, mesmo que por aquele breve momento, eliminar aquele inimigo cruel e poderoso da face da terra, mas não para proteger a humanidade daquele perigo, isso já não estava mais na mente dele desde o confronto entre Kaito e Pitou. Aquela criança que estava sacrificando tudo por aquele poder, que pagou por essa aura insana com o preço da vida, só queria a vingança fria e simples, sem nenhuma cerimônia e sem jogos de perseguição, mas muito além disso, ele tinha a necessidade de extravasar aquele ódio, o que foi demonstrado em seu ato de continuar triturando (com todo aquele poder) o crânio da formiga, de uma maneira muito mecânica, mesmo após ela já morta.

Assim, o que todos esses personagens citados até agora (finalizando com esse exemplo do Gon) nos faz aprender sobre a vingança? Que ela, além de infrutífera, torna a pessoa vingadora sem nenhuma visão de futuro e com uma percepção totalmente distorcida de como enxerga as coisas. Alguns dos que conhecemos, como o Sasuke, por exemplo, só provam que a vingança pode até ser prazerosa, no momento, mas quem a executa termina completamente derrotado pela culpa.

©Madhouse / Hunter x Hunter

E, muitas vezes, é inevitável que nos identifiquemos com esse personagem de destaque e despertemos uma determinada empatia pela sua jornada, mesmo com as objeções morais, porque também queremos ver o seu ódio, aquela ira desenfreada, apaziguada e os culpados punidos. De certa forma, também nos deleitamos e desfrutamos daquela vingança, mas às vezes é um prazer apenas instantâneo, porque em algumas histórias a verdade que se revela após aquele momento é perturbadora e nos deixa reflexivos sobre, não apenas o sujeito vingador, mas também o nosso próprio senso de julgamento.

Em Kaifuku não é tão diferente assim, porque está claro em todos os elementos ali dispostos que o protagonista possui um motivo muito forte para buscar vingança contra aqueles que o humilharam e o usaram, mas também é mais do que óbvio que os tipos de violência que ele escolhe não são os meios corretos para isso. Como ter empatia pela sua jornada se, durante esse tempo, ele vira um monstro e um sujeito repulsivo? São muitas questões a se colocar na ponta do lápis antes de tentar defender, além do fato de que o anime é bastante diferente do mangá e este, por sua vez, também é muito distinto da light novel original. Em cada versão o desenvolvimento do protagonista ganha uma profundidade maior e seu debate pode, ou não, tomar rumos diferentesalgo que é totalmente normal e até positivo no quesito de despertar o interesse dos espectadores para a origem da animação-.

Kaifuku Jutsushi no Yarinaoshi
©TNK / Kaifuku Jutsushi no Yarinaoshi

Agora, para finalizar (juro), vemos que os personagens que se deixam levar pelo desejo de vingança, se tornam totalmente obcecados por esse único objetivo, esquecendo-se da vida, fechando os olhos para tudo que está ao seu redor e, de alguma forma, oferecendo a própria alma para cumprir sua promessa de ódio. Eles passam a vida trazendo esse desejo no coração os assombrando e, assim, se deixando consumir por esse ódio sobre algo específico que arruinou suas vidas.

Assim, a essa altura já está bem claro como a vingança pode ser retratada de inúmeras formas e por diferentes meios, se tornando um bom tópico de discussão entre os grupos que analisam as temáticas levantadas nos animes. Obras como Berserk, 91 Days, Kill la Kill, Vinland Saga e Afro Samurai também são boas fontes desse assunto, trazendo personagens que estão, de alguma forma, na sua própria jornada de vingança, algumas vezes partindo para atitudes irracionais, outras vezes tentando agir com um pouco mais de foco, mas sem perder de vista seu único objetivo de exterminar o alvo. O que todos eles possuem em comum é que, no final, o destino do sujeito vingador quase nunca é a felicidade, porque a sensação que fica é amarga e o vazio jamais poderá ser totalmente preenchido. O que se perdeu, se perdeu, e o que toma seu lugar é sempre a escuridão.

Kill la Kill, Vinland Saga, Afro Samurai, Berserk
©Kill la Kill, Vinland Saga, Afro Samurai, Berserk

Mas comentem aí (se alguém ficou até aqui) suas próprias conclusões sobre esse assunto. Seu Madruga estava mesmo certo? Conhecem outros animes em que o personagem segue um desejo de vingança cego ou até mesmo um em que o caminho termina totalmente diferente? Deixem aqui suas críticas e sugestões.


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