Review: Ousama Game The Animation Uma proposta diferente que tinha tudo para dar certo.

Márcio Vinicius
(Revisor de Editorial)
@mvini_oliv
©Seven/Tokihiro Sasaki

  Ousama Game The Animation – Ficha Técnica

Gênero: Drama Psicológico, Mistério, Sobrenatural
Estúdio: Seven
Baseado em: Light Novel/Mangá
Número de Episódios: 12
Estreia: 2017 | Temporada de Outono

Uma adaptação com uma proposta bastante diferente, como é Ousama Game, pode dar muito certo ou pode ser totalmente catastrófica. Não existe um meio termo para tal proposta e foi exatamente o que ocorreu. A história e outros aspectos da trama poderiam ser melhor trabalhados e explicados.

Vamos começar com os pontos positivos que são as músicas temas de abertura (“Feed the fire”- coldrain) e encerramento (“Lost Paradise”- Pile) que são boas, pode ser que sejam as únicas coisas que realmente foram bem escolhidas para esse anime.

O estúdio Seven, responsável pela adaptação da obra, não é nem de longe um bom estúdio para esse tipo de produção. Não podemos dizer que o material a ser adaptado era bom, mas não custava fazer um esforço para melhora-lo. A obra já não funciona desde do começo, tudo que se esperava era um bom anime de mistério, mas nem isso ele conseguiu alcançar, podendo ser comparado a filmes de terror “trash“. Era uma boa proposta se soubesse ser manejada, poderia fazer a diferença usando a criatividade durante as cenas que ocorriam os jogos ou até as próprias mortes, mas por fim acaba se tornando totalmente repetitivo.

A direção é um ponto importante, Sasaki Tokihiro, o diretor principal da obra, não tinha experiência com o gênero, tudo o que tinha feito era ser diretor de episódios em alguns animes e, seu principal trabalho, era um anime de comédia de três minutos, contudo, ele ainda conseguiu adaptar o que a obra tinha a oferecer. No começo, já percebemos algo mais para o lado sombrio, com tons bastante escuros e cenas bastantes exageradas, que não acrescentam nada de importante e nem melhoram a obra. Isso só a aproxima de um desfecho bastante incômodo.

A parte mais decepcionante é saber que não tinha um conteúdo interessante em sua obra original para ser adaptado, e, quem sabe assim, melhorar o enredo. A história já te joga de cara um protagonista nada carismático e com traumas do seu passado, mas o autor peca na forma em passar esse certo trauma, tendo assim que observar um protagonista chato e inútil. Se não fosse o suficiente termos o Nobuaki de protagonista, surge a Natsuko, aquele típico personagem que quer ser amigo de todos, e ela resolve “perseguir” o Nobuaki, usando a famosa desculpa que se apaixonou por ele. Isso de cara logo no primeiro episódio.

No segundo episódio já temos os famosos “flashbacks”, aí você já pensa, o que está acontecendo aqui? Simples, estão adaptando duas histórias em uma animação, pegando somente as partes importantes, certo? Na teoria seria assim, mas na pratica você fica frustrado pelo protagonista ser tão inútil. É aquela velha história de salvar todo mundo e depois ficar arrependido, sempre se destruindo por dentro. Mas esse não é o caso! O que realmente acontece é que ele quer repetir a mesma coisa, pela segunda vez, no mesmo tipo de jogo. Assim, descobrimos que a Natsuko também ganhou um jogo do rei antes desse. Agora, começa a verdadeira batalha de sangue, porque as mortes têm muito sangue. Podemos chamar isso de exagero.

Agora o foco passa a ser em Nobuaki visitando uma vila para descobrir detalhes sobre o jogo do rei e como pará-lo. Aquele tipo de clichê que você sabe que não vai funcionar até termos um vencedor. Porém, nosso protagonista insiste em tentar. Mais “flashbacks”, por que não contam a história do primeiro jogo logo de uma vez, ao invés de misturar os dois? Sabemos porquê! Para te fazer se sentir comovido com a história do protagonista. Muito bem! Vamos ao que realmente interessa. O pai da Natsuko jogou o jogo do rei na vila, e a Chiemi, namorada do protagonista no primeiro jogo, é irmã da Natsuko; que reviravolta hein.

Mas parando para pensar aqui, vocês perceberam a ausência de pessoas, além deles que estão no jogo? Isso sim é assustador. Voltamos para os alunos que você não sabe o nome morrendo. Quando você cria expectativa e acha que agora vai, aí vem a tristeza! Descobrimos que o jogo do rei é um vírus que começou nessa vila. E que passava de pessoa para pessoa, e começou a ser transmitido como vírus de computador, como assim? E olha que isso não é nem a pior parte.

Chegamos a parte final, sim, essa mesma, a grande final. Chega a ordem do rei, correr por quatro ilhas até o topo de uma colina. Genial, hein!? Agora, começa Nobuaki a fazer amizades com todos, que juntos irão conseguir, mais do mesmo clichê sombrio!

Atenção leitor! Esse trecho contém spoilers do enredo. Galera se matando, ficando louca, motosserra surgindo do nada, que coisa louca né? Não, loucura é eu estar vendo isso e fazendo uma review. Mas segue o baile! Natsuko tenta matar Nobuaki, Riona “mata” Natsuko, Riona salva Nobuaki. E quando irá dizer que o ama, Natsuko mata Nobuaki e diz que o ama, e os dois morrem, NÃO! Não acabou, “flashback” no céu, que coisa linda, hein? Não é lindo não, se não bastasse de m****, Riona pega o corpo de Nobuaki e aparentemente se suicida junto ao corpo dele e assim ninguém fica vivo, chegamos a melhor parte, todo mundo morreu e esse anime ruim acabou, Não! Um teaser mostra mais gente morrendo, espero que não tenha mais.

Para quem procura um bom anime de drama psicológico e mistério eu indico que passe bem longe desse. Ousama Game, é de longe, o pior anime da temporada. Entretanto, caso tenha uma profunda curiosidade e goste do gênero “trash” e clichê sombrio, aproveite, pelo menos das músicas temas você não irá se arrepender.

Nota: 1 – Terrível


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