Review: Shokugeki no Souma: San no Sara Terceira temporada da febre Shokugeki traz um plot consistente e envolvente.

Vitor Nascimento
(Podcaster)
@ifusic
©J.C.Staff/Yuuto Tsukuda

Shokugeki no Souma: San no Sara – Ficha Técnica

Gênero: Shounen, Vida Escolar
Estúdio: J.C. Staff
Baseado em: Mangá
Número de Episódios: 12
Estreia: 2017 | Temporada de Outono

Uma aposta saborosa! Esse é o termo para definir a terceira temporada de Shokugeki no Souma. Depois de uma primeira temporada muito boa e, uma segunda que deixou todo mundo com um gostinho de quero mais, o terceiro ato dessa animação chegou e conquistou devidamente seu público, mais uma vez.

A animação feita para a obra de Tsukudaé de longe, uma das melhores do J.C.Staff. O grande problema desse estúdio é seu acúmulo de trabalhos. Eles pegam muitos animes por temporada e, como consequência disso, Shokugeki que deveria ter 24 episódios contínuos, virou um Split Cour e volta em abril apenas. Por qual motivo? A correria para animar as coisas a tempo e com devida qualidade.

Mesmo com a redução repentina dos episódios, eu gostei. Porque isso gera aquela sensação de quero mais. Agora, todos entramos em suposições do que pode acontecer na próxima temporada que está por vir. Ainda defendo que animes na faixa de 10-13 episódios funcionam melhor aos que têm média de 20-25 episódios.

A direção do anime é muito bem executada e definida principalmente por um termo da área cinematográfica que chamamos de “Cut Up”. Que é conhecido aqui no Brasil como plano detalhe. A todo episódio é a situação que mais se repete, porém, com um motivo óbvio. Sempre valorizar os pratos produzidos pelos cozinheiros da obra. Isso é bem legal, uma vez que, a situação de utilizar “cut up” aproxima o telespectador de cada requinte que é feito. Outro ponto marcante e característico da direção de San no Sara, são frames estáticos e/ou em Slow Motion. Normalmente, sempre quando as personagens estão cozinhando. Isso cria uma valorização não somente no ato de cozinhar, como também nas emoções que Souma e toda sua galera querem passar enquanto estão fazendo o que sabem de melhor.

A fotografia tem predominância de amarelo e vermelho. E, na maioria das vezes, sempre em tons quentes. Não poderia ser diferente, afinal, estamos falando de um anime de culinária. O uso dessas cores desperta uma sensação de desejo a quem está assistindo. Vai dizer que nunca quis provar um prato feito lá? Quando Azami Nakiri aparece, e temos uma mudança de tom no enredo, a fotografia volta a trabalhar a favor. Os tons mais quentes são trocados por tons opacos e frios. Principalmente quando temos a presença do pai de Erina e lembranças de sua infância. A intenção aqui é realmente passar esse clima de tensão e peso psicológico.

A trilha sonora durante o anime em si aparece sucintamente e consegue gerar o clima que as cenas pedem. Agora, os temas musicais de abertura e encerramento são muito bons. A música Braver de ZAQ começa tímida, sobretudo, tem uma aceleração nos meados da música que empolga e a torna uma coisa muito atraente aos ouvidos. O encerramento também não fica para trás e soma pontos no mesmo aspecto.

Falando agora do enredo. Temos uma divisão de momentos aqui: a primeira metade da obra focada no duelo de Souma contra Kuga no Festival e a segunda metade focada na reviravolta que acontece na academia. O anime já começa frenético. Yukihira, quer por que quer bater de frente com alguém da elite dos dez. E, a cada episódio que se passa, temos uma desenvoltura de seu desafio contra a culinária chinesa de Terunori Kuga.

O que torna o Souma um protagonista interessante? Com certeza a sua determinação! Ele busca sair da sua zona de conforto sempre e isso prova o quanto pode ser um chefe espetacular. Quando o desafio contra Kuga começou, ele resolveu adotar a cozinha chinesa, que nem de longe era sua especialidade. Tentou, insistiu, investiu e surpreendeu. Quando o festival começa, Kuga tem uma megaestrutura como restaurante. Já nosso protagonista, uma barraquinha padrão àquelas que você vê quando vai na pracinha final de semana.

Quem já acompanhava o mangá tinha uma noção do que estava para acontecer. Conforme os episódios vão passando, mais aflito você vai ficando, pois, a situação fica nada favorável a Yukihira. Mas aí eu parei para pensar. Estamos falando do Souma. E quando ele dá um jeito de virar o jogo ao seu favor é espetacular! Não posso dar detalhes pois seria spoiler, mas para você que não viu, quando chegar a esse episódio, vai ter uma surpresa muito boa.

Depois que acaba o festival, uma nova figura surge das sombras… literalmente. Azami Nakiri – exilado pai de Erina que, um dia, fora a primeira cadeira da elite dos dez. E desde a sua chegada o tom da história muda. Temos todo um peso emocional aplicado em Erina e toda uma tensão na academia. A chegada dele causa muitos problemas, mas Souma não abaixa a cabeça e decide bater de frente.

Fugindo um pouco dos spoilers e resumindo, ver toda a competência do Souma de superar um adversário que tinha um júri comprado foi fantástico. No penúltimo episódio, nosso protagonista trabalha lado a lado com o detentor da primeira cadeira da Elite dos dez. São cenas incríveis frame por frame. No último episódio, mas não menos importante, a última cena é a tão esperada pelos leitores do mangá. Uma revelação de tirar o fôlego! (Alerta de Spoiler) Erina descobre que o pai de Souma, é um velho conhecido seu. Alguém que foi praticamente sua inspiração. (Fim do spoiler)

Provavelmente, se você é fã de Shokugeki no Souma, já deve ter terminado essa temporada. Entretanto, se esse não for o caso, recomendo muito que assista! Não conhece a obra? Procure as outras temporadas e dê uma chance. Você pode achar que por ser um anime de culinária não é muito bom, porém, acredite… consegue passar mais emoção que muita coisa que existe por aí.

Nota: 9 – Ótimo


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