Sentouin, Hakenshimasu! Análise definitiva! Ele veio, surpreendeu e está aqui, um anime a ser visto!

Josué Fraga Costa
(Redator)
Sentouin, Hakenshimasu!
© Sentouin, Hakenshimasu!

Você já se viu vendo um anime no celular ou computador, e depois de estar por volta do 10° episódio e se perguntando, como eu vim ver este anime? Com certeza já, ainda mais se você está a mais de 20 anos de sua vida acompanhando este tipo de conteúdo, e é bem normal que isto aconteça, pois nós que nascemos dos anos 90 para trás fomos acostumados a acordar cedo para assistir à nossas animações preferidas na TV, (hoje vejo crianças que nem mais usam TV mesmo como monitor, estão a todo momento no celular que os pais dão para que eles parem de encher o saco),e quando a Internet chegou a nossas casas a coisa evoluiu de um jeito que nós nunca imaginaríamos a quantidade de animações que existia, nos meus 2 textos anteriores eu esbarrei nesse assunto de quantidade e disponibilidade de animes que o Brasil teve, os AAA quase todos passaram na TV aberta, alguns na TV fechada, e pra grande maioria das pessoas que não puderam ter canais pagos em casa a Internet se tornou um portal para um novo mundo, pois a quantidade de animações que fãs roxos acharam e jogaram para outras pessoas assistirem é enorme, dentre legendados que não vieram oficialmente para cá e até os que vieram dublados mas ficaram atrás do ‘paywall’ (muro de pagamento).

Eu poderia citar os tantos animes que de repente me peguei vendo e tinha até esquecido de como eram ou de como foi para eu ter chegado ali, uns zueiros recomendam Boku no Pico para desavisados, eu vos recomendo ‘Sentouin, Hakenshimasu!’. Um anime que achei de repente no navegador de um destes sites que vemos animes que não sabemos onde são lançados por meios de mídia convencionais, e não foi um que de repente eu larguei para ver outro, além do mais este estava dublado, o que me deu mais vontade de ver, já estou numa idade onde até assisto animes por legendas, mas se estiver dublado eu assisto, mesmo que não seja de um gênero que eu não curta muito, pois dá uma preguiça ficar lendo letrinhas na pequena tela do celular. Mas o que me motivou a escrever uma análise sobre ‘Sentouin, Hakenshimasu!’? Que mais parece um anime convencional dentre os tantos que lançam todos os anos? Bem, vamos lá!

Aprendendo a saborear a obra (Enredo)

J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

O que pode te atrair numa refeição? Seus nutrientes que o manterão vivo e saudável, sua aparência ou o sabor que ele provoca e suas respectivas sensações? Pergunta aleatória, não é? Por exemplo, a salsicha: a mesma é um embutido, que resumindo é uma mistureba de coisas, tenho uma prima da idade de minha mãe que tem formação em nutrição alimentar, e ela me disse o que compunha uma salsicha como forma de me criar alguma repulsa ao alimento, e… não parei de comer a coisa.

Não me interessou a maneira como ela é feita, mas o sabor dela te faz esquecer de tudo isto, e não faz mal se não comer em excesso. Por outro lado, você tem o fígado, amargo a um ponto quase profano, mas absurdamente lotado de nutrientes muito bons e em abundância, e vem de uma fonte animal direta. E na outra ponta deste triângulo você tem o arroz e feijão, não tem um gosto peculiar ou único e são bem nutritivos, e são grãos no final das contas. São três sabores bem distintos uns dos outros, mas cada um tem seus fãs, talvez alguns não curtam a forma como embutidos são feitos, outros não gostam de proteínas animais, outros acham que não são passarinhos pra comerem sementes, cada um tem paladar para os três. Mas Josué, o que isso tem haver com Sentouin? Bem, não muito, MAS, se eu trocar uma palavra na pergunta, ‘o que pode te atrair num anime’? Entendeu o ponto?

Alguns dirão, curto a qualidade da animação, outros dos personagens e da história, e de como ela é contada, outros vão cair de paraquedas sem saber onde estão pousando, no meu caso, Sentouin me atraiu pelo sabor, preparo do alimento e pelos nutrientes, bem como uma boa feijoada, que enche a pança, te enche de prazer pelo sabor e pelo o que ela adiciona no meu corpo, e aqui é onde um alimento e uma obra audiovisual tem em comum. Sentouin, assim como um alimento, tem o efeito que gera o nosso gosto por algo, logo na primeira colherada você já define se gosta ou não, ou se com o tempo e costume você decidirá isto. A obra começa te apresentando tudo o que você precisa saber sobre a obra em si, os personagens, o mundo e seu desenvolvimento de como tudo isso funciona, e grata foi a minha surpresa do que ele é feito.

A trama envolve um mundo em conflito, e tem a Kisaragi uma corporação maligna que está tomando o controle da Terra (nem imagino de qual corporação gigantesca eles estão parodiando), mas nesta luta contra os heróis da Terra, aquilo que Thanos alertou aconteceu, a Terra ficou sem recursos, nisto a corporação envia o Agente N°6 para uma missão de prospecção de um novo planeta, para que ele traga de lá recursos e que ele domine este planeta em nome da Kisaragi, e bem, ele não topa muito essa, já que isso o levará ao olho da rua no final da missão, pois a empresa que foi contra o mundo todo de repente se viu com as finanças mais estragadas do que qualquer entidade pública. Nisso, por um teletransporte ele e a agente de combate andróide do tipo ‘lindinha’ Alice, juntos vão para o planeta para a formulação do plano, mundo este absolutamente diferente do da Terra, lá existem criaturas mágicas, há magia, e toda a sua formulação mais parece Fable III, com uma tocada medieval. Bom, parece não muito, quase que algo genérico, mas toda a sequência logo no primeiro episódio te dá a prova do que Sentouin mostra, um Sci-fy com uma tocada zueira, com personagens dos mais variados tipos, onde este planeta a ser descoberto e conquistado pelos dois agentes de combate é simplesmente disfuncional e quebrado, e que no geral se parece muito com um certo anime bem conhecido, e que mais para frente eu falarei sobre ele e seu envolvimento com esta obra. Mas para isso ficar melhor trabalhado em vossas cabecinhas pensativas, temos de ver como este enredo funciona, e nisto, mostro-vos então os personagens.

Os ingredientes bem usados

Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

Nós vimos o que em si é esta história e como é o Modus operandi dela, mas são os ingredientes dela o que chamaram mais a minha atenção, pois a fórmula da obra até que é interessante mas nada tão radical a ser uma obra prima e nem ruim a ponto de ser facilmente esquecível. De cor eu posso contar a vocês vários backgrounds diferentes de estórias, mas em certos casos os seus personagens é quem são verdadeiramente memoráveis, mesmo em obras que não sejam AAA, e no caso de Sentouin isto é importante destacar. Pois foi o que mais me chama atenção em animes do tipo são personagens que são um diferencial para o todo. A começar pelo Agente N°6, um dos 2 principais personagens que basicamente acaba servindo de pivô para todos os personagens e para o enredo em si, ele é um humano que sofreu modificações em seu corpo pela Kisaragi para servir de agente de combate, ele é incrivelmente forte e competente em suas missões, sabe fazer estratégias bem feitas nas batalhas, tem uma aptidão física e funcional que o coloca como um dos principais agentes na corporação, fórmula de um personagem de grande renome e incrível qualidade, certo? Até você ver que ele é um pervertido, inconsequente, esperto, porém não inteligente, mas que tem um bom gosto para waifus, pra contrabalanceá-lo a corporação envia a Alice Kisaragi, andróide do tipo ‘lindinha’, (é a denominação de sua linha, sem zoeira) como uma do tipo ela tem um banco de dados imenso e consegue colocar o N°6 na linha, como vão a um planeta desconhecido ela traduz automaticamente qualquer idioma como se fosse o C3PO, MAS, sua criadora a fez com a aparência e aptidões de uma garotinha.

Estes dois me fazem lembrar de Pink e o Cérebro, personagens completamente opostos e que se complementam de uma maneira estranhamente legal e bem formulada, veja, eu simplesmente curto muito personagens estruturados de uma maneira mais ideal, não perfeitos em si, mas que demonstram capacidades e superações e que sirvam de modelo, mas personagens que mais se parecem com seres humanos da vida real, quebrados e contra intuitivos mas que você mesmo que não se identificando acha legal, e estes dois servem bem para todo resto, já que além de pivô para eles ainda servem de catalizadores da história.

Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

Ambos juntos começam a descobrir o novo planeta e depois de se livrarem de animais porretas, encontram a Snow, ela é a capitã da guarda real e os leva para junto da Princesa Tillis, Cristoseles Tillis Grace para ser mais preciso, pois as habilidades da dupla surpreenderam a chefe da guarda real. Mas uma série de eventos que logo mais abordarei na análise transformaram a dupla como superiores à Snow. Após isso, eles formulam um grupo de ‘‘renomados’’ para combater às forças do mal que assolam o reino, e boto muitas aspas no renomados, pois a melhor coisa que conseguem são; uma quimera chamada Rose, com grande capacidade de combate já que sendo uma quimera ela reúne várias habilidades distintas, desde resistência ao fogo, até a capacidade de luta, mas uma personalidade de adolescente imatura, e uma arquisacerdote chamada Grimm Grimoire, suas capacidades envolvem a adoração e servidão à Zenarith, uma divindade que concede a seus fiéis certas capacidades que envolve a invocação por meio da fé à ele, enxergar à noite como se fosse dia, se ela morre ela pode ressuscitar, PORÉM, a criatura não usa a fé de maneira sábia, e se por acaso ela invoca um pedido inconveniente ou irrelevante, a maldição que ela joga volta contra ela, por conta disto ela anda hoje de cadeira de rodas, mas ela não perdeu os movimentos, a mula jogou uma maldição nos calçados de alguém, e agora ela não pode calçar absolutamente nada, ao custo dela explodir se desobedecer, nisto, ela prefere andar de cadeira de rodas para não machucar os pés, fora que é frustrada matrimonialmente, deve ter entorno nos 30 altos/40 baixos, não conseguiu arrumar um marido e se insinua quase que sempre, e sempre se frustrando e gerando inconvenientes, imagina tentar levar uma cadeirante a um campo de combate? Aliás, imagina essa trupe toda reunida? E aqui está o crème de la crème de tudo isto.

A mistura que deu certo

Sentouin, Hakenshimasu
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

O objetivo dos agentes da Kisaragi era de reunir dados sobre este planeta e reportá-los, construir um segundo ponto de teletransporte, tudo isto para dominar o mundo, o que em parte vai sendo demonstrado que vai acontecendo a passos largos, pois durante isto ambos se encontram num reino que está em uma guerra contra o Rei Demônio, que por sua vez está em uma guerra contra o Reino da Areia, e que finalmente, volta tudo ao Reino de Grace onde os agentes fundaram base, a primeira batalha ocorre contra Heine do Fogo, uma das generais do exército inimigo de Grace e Gadalkand da Terra, ambos fazem parte dos quatro generais do exército do Rei Demônio, a tropa de elite contra um grupo de estranhos, uma cruzado gananciosa (Snow), uma quimera de combate imatura (Rose), uma arquisacerdote contra intuitiva à batalhas (Grimm) e os agentes de combate.

A missão é atacar as linhas de suprimentos do inimigo, considerada desonrosa pelo Reino de Grace, já que para eles a verdadeira glória em batalhas é morrer no campo de guerra lutando de maneira suicida, é assim que funciona para eles, não ironicamente estão perdendo a guerra, até que o N°6 altera esse plano suicida para atacar as linhas inimigas, a Grimm morre pela primeira de muitas vezes, a Rose não ajuda em nada, ela atira fogos contra criaturas que resistem ao fogo, a Snow perde sua espada atordoadora de chamas, ironicamente por chamas, mas a missão teve sucesso, essa é a primeira missão e as seguintes mostradas no anime seguem a mesma forma, não agir com a moralidade do Reino de Grace, ganhando pontos de maldade e concluindo a missão sem honra alguma.

Sentouin, Hakenshimasu!
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Esta de Rei Demônio foi explorada ao máximo pelos Isekais que foram saturando os catálogos de uns tempos para cá, ‘temos de atacar o Rei Demônio, lutar contra as forças do mal’ e bla bla bla, bem batido, mas aqui surge algo interessante e que funciona nesta história, lembram-se que lá no começo eu disse que a Kisaragi é uma corporação maligna e que está lutando contra os heróis da Terra para a sua conquista? O N°6 e a Alice NÃO SÃO OS MOCINHOS, e ironicamente estão sendo os mocinhos neste planeta, e isso os atrapalha e muito na sua missão e na sua capacidade de agentes, quando foram teletransportados a este novo planeta eles receberam mini teletransportadores de pulso para pedirem armas, equipamentos e suprimentos para esta empreitada, este dispositivo funciona com pontos de maldade, ganhos pelos agentes por fazerem maldades e que serve como moeda de troca, e como eles ganharão isso sendo que estão fazendo o bem? Aí é que está, parte do humor está nessa coisa contraintuitiva de se funcionar, quando eu disse que eles eram quebrados e disfuncionais eu não estava brincando, tem uma parte no episódio 1 onde a Alice concerta um artefato mítico que produz água, o dispositivo em formato de cubo opera com uma senha, e que o Reino de Grace o usa em um determinado festival, daí o N°6 vai e coloca ‘’festival de pintos’’, segundo ele a princesa deveria citar a senha na frente de todo o reino e isso a faria envergonhada e ele ganharia nisto pontos de maldade, mas a mula esqueceu que ela é uma PRINCESA, e na hierarquia ainda há seu pai, O REI, Alice comenta isso e adiciona falando que o velho faria uma fala digna da 5ª série na frente do reino e nada de pontos de maldade.

Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

E aí vem outro ponto forte do anime, a sequência de fatos, isto gera evento após evento, pois o cubo que gera água para o Reino de Grace estava quebrado a tempos, daí N°6 coloca aquela senha ridícula, e quando era necessário usar o cubo, de tanta vergonha o rei fugiu, a Princesa Tillis se recusou a pronunciá-la a todo custo, e por conta disto ela manda o grupo ao reino vizinho para adquirir pedras d’água mágicas que geram água, nisso encontram também a Heine que está lá pelo mesmo motivo, e daí o N°6 fez um ‘‘coque samurai’’ no príncipe daquele reino, se quer saber o que é, recomendo assistir o anime no episódio 8 para frente, a cena é hilária e inesperada, e bem, com isso eles geraram uma guerra contra o reino que os fornecia água, que coisa não? Quase que um roteiro dos trapalhões, e nisto, a Tillis os envia para pegar pequenos frutos que geram quantidades enormes de água, que está nas costas do rei da areia, uma toupeira gigante que está atacando o reino do Rei Demônio, e por isso o mesmo ataca o Reino de Grace, ou seja, tudo se conecta de um jeito ou de outro de uma forma muito cômica, nem precisei contar todo o enredo por isto, os personagens comandam a ação, e suas ações desde o primeiro episódio geraram todo os outros episódios. Basta ver as características dos personagens centrais, dos secundários e dos satélites.

A Snow é aficionada em poder, glórias e grana, trazer os agentes de combates vendo que eles derrotaram os monstros tão facilmente foi um resultado de sua ambição em angariar mão de obra qualificada para o Reino de Grace, ela mesmo garantiu que se responsabilizava pelos dois, consequência? Os dois viraram seus superiores. A Grimm é quase que o alivio cômico, sempre que a ação acontece de alguma forma ela consegue estar fora de combate, e andar em cadeiras de rodas por não querer que seus pés doam gera uma penca de inconvenientes hilários. A Rose é a mais qualificada, nasceu pra combater, mas geralmente não dá conta do recado, e seu verdadeiro poder somente pode ser usado de vez em quando, ela absorve o que come, mas não absorve algo bom o suficiente pra ter poderes mais úteis, e tudo isso cai no colo dos agentes de combate. A química dos personagens funciona de uma maneira muito boa, dos traços físicos de cada um até suas personalidades influenciam cada ato do anime e cada linha de fala, as piadas, os textos gerais, referências, tapes das imagens e tudo mais funciona assim. Não é como aqueles flashbacks que em nada acrescentam na história ou aqueles giros inteiros que dão pra chegar num ponto só, a coisa aqui funciona de forma direta e que prende a sua atenção, e por mais que o background já seja conhecido, o que diferencia Sentouin de outros animes menos conhecidos é exatamente isto, ele tem um tipo de história muito tranquila de se seguir, você logo sabe quem são os personagens mesmo não tendo lido os mangás e as novels, a estória em si é tão direta e simples que ela mesma já te ajuda a definir se você continua assistindo ou não.

O que faz dele um anime diferenciado?

J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

Lembram que eu disse no começo do texto que no geral se parece muito com um certo anime bem conhecido? Se você já viu e/ou leu a obra original já sabe quem é o mangaká por trás disto, mas para quem ainda verá, Sentouin foi feito por Natsume Akatsuki, o mesmo que criou Konosuba, de fato, Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku o foi altamente inspirado em Sentouin, o design dos personagens, suas estruturações de persona, até mesmo o background da história, ainda mais se focarmos no fato de que os agentes de combate vão para um mundo via teletransporte por uma reencarnação, voilá! Para ser mais preciso, dê uma olhada para os personagens e suas personalidades; a Megumin se parece bastante com a Lilith ‘a sombria’ (criadora da Alice) e com a quimera Rose, até mesmo suas personalidades são um mix de uma com a outra. O Kazuma tem toda a personalidade do N°6, é tarado tal qual, só não tão forte quanto ele. A Aqua tem traços de personalidade da Snow, e se a Grimm usa sua fé de maneira imprudente, a Aqua usa a fé de seus fiéis de maneira burra. A Darkness ou Lalatina para os mais íntimos, é claramente inspirada na Snow como uma espadachim e seu design avantajado, fora que o quarteto e sua peculiaridade vem diretamente do quinteto de Sentouin, além dos objetivos da história terem uma base muito parecida, mas que ambas se diferenciam a sua própria maneira. O curioso caso onde o irmão caçula é mais alto e conhecido, como se fosse o Drew de Todo Mundo Odeia o Cris, ou seja, como Konosuba ganhou uma adaptação primeiro e surpreendeu à época a todos, logo ganhou um destaque por conta de seus personagens e pelo humor da saga, talvez Sentouin acabe parecendo uma cópia, quando ele veio depois, e vindo da mesma pessoa, ambas compartilham também de uma fórmula muito bem feita, capaz de se diferenciar do resto e conseguir entreter com uma narrativa bem montada e que flui. E na mesma proporção, o ecchi cômico, a treta dos personagens principais, o humor das situações e dos personagens em si.

Como eu disse, o primeiro episódio já dá o tom e ritmo de todo o resto, habitualmente em um formato de 12 episódios na casa dos 20 minutos, que são mais que suficientes para contar parte do mangá, interessantemente o último apresenta uma ponta para uma possível segunda temporada. A tocada da estória envolve também ação, mas são poucos os momentos e quando ocorrem a animação não acompanha em toda a capacidade do momento, a trilha sonora é característica ao anime, mas nada que o faça baixar a música ou encontrá-la no Spotify, a não ser a abertura que leva o nome do N°6, Operation N°6 à voz de Miko Itou ao som do Jazz da Lowland Jazz, como músico, recomendo totalmente a dar uma olhada! O roteiro é interessante e flui muito bem, os personagens junto ao enredo não parecem descolados como se fossem de uma outra história, totalizando um conjunto bem convincente.

Pontos de interesse 

Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

Animação: poderia ser melhor, não sei se os poucos momentos de ação adaptados atrapalharam na maneira de se estabelecer o estilo delao, já que a maior parte não tem muitos movimentos do tipo, mas é decente o suficiente e não vai agredir suas vistas. 6.5/10

Enredo e personagens: sendo o precurssor de Konosuba, mostrei as tantas semelhanças que Konosuba usou, e na mesma são muito boas, não são perfeitas, mas boas o suficiente para se lembrar da história e de seus personagens. 8/10

Adaptação: é bem feita, nada espetacular mas nem um pouco falha, adaptar envolve escolher os volumes de mangás e light novels e os animá-los, ás vezes é simples, ás vezes mais complicado dependendo da obra, mas somente nessa primeira temporada lançada a maioria absoluta dos personagens são apresentados, mas por algum motivo os designs são baseados nas novels, não sei se acharam melhor para se animar mas é bem feito. 8.5/10

Dublagem: e sim, o principal motivo que tive para ver este anime foi ele estar em português, e gostei, não é da mesma qualidade de seu irmão mais novo, pois provavelmente foi a primeira vez que ouvi as vozes da maioria dos dubladores, mas a interpretação deles é bem feita e os textos são bem colocados para o nosso idioma, é fácil de entender a história e os personagens dela e não deturpa os textos originais do Japão. 7.5/10

Arte gráfica: o design não se resume as formas das paisagens ou dos personagens, se estendem ao seu uso numa obra, e aqui, desde o formato dos personagens até o design do mundo de Sentouin contribuem com a obra, tanto com as falas quanto para as ações, em alguns momentos o N°6 e a Alice chamam a Snow de turbinada, e vendo o anime você entende o porquê, o fato da Grimm andar de cadeira de rodas geram momentos aqui e acolá, até a designação da Alice ‘’tipo lindinha’’ pois sua aparência é de uma garotinha, apesar de ser uma andróide. Os traços são bem definidos e bem feitos, apesar da animação não ajudar muito. 8/10

No geral, 7,7/10, me agradou o suficiente para tê-lo visto outra vez e ter tido memórias dele, tanto que esta análise foi feita sem ter revisto os episódios, pode não ser algo espetacular, mas com toda a certeza é um que vai se tornar um diferencial na sua lista de animes à serem vistos!

Indicações

Foi uma grata surpresa ao encontrar este anime, pois quantas vezes vemos tantos animes e na maior parte ou largamos eles de lado ou demoramos para assistí-los? E quantos deles nós maratonamos de ponta a ponta e repetimos várias vezes? Este foi um deles no meu caso, todos os episódios me fizeram rir de uma maneira direta e clara, estando em português isso foi facilitado um bocado.

Outro dia estava discutindo sobre o seu irmão mais novo, onde a pessoa disse que não conseguiu gostar tanto quanto as pessoas anunciavam, e eu disse que o entendia, principalmente por conta do humor, o humor é algo absurdamente variado em si próprio, o que um pode achar graça o outro talvez sequer entenda ou que seja do seu tipo específico de humor. A sequência das cenas e da história me agradaram a ponto de repetir o anime logo após eu terminar o último episódio, pois era genuinamente honesto e bom. Me fica um gosto de quero mais e também uma impressão de que poderia ser melhor, foi um bom conjunto, porém seus detalhes poderiam ser melhor trabalhados, talvez uma animação mais detalhada ajudasse junto a uma maior exposição de ação que há no mangá e a explorar melhor os personagens, mas é algo bom. Quantas obras existem que queríamos que fossem boas por apresentar personagens bons, uma história interessante, um sequenciamento trabalhado e que prendesse mais a nossa atenção e que acabaram sendo uma decepção? Muitas não é mesmo? Aqui o que ficou faltando foi para cima, não para baixo. Poderia ser melhor por haver esta possibilidade e isto é o que me fez ficar contente sobre Sentouin, Hakenshimasu!

Se você quer acompanhar algo mais leve e fora do hype, para curtir um humor mais satirizado de si próprio, com um ecchi a um nível que não o faça assistir no celular sozinho em casa, tranquilo de se acompanhar e fácil de se compreender, Sentouin, Hakenshimasu! é o anime para você, talvez o humor não seja do seu estilo mas a interação dos personagens e a simplicidade de como a história é contada, pode despertar um interesse por ele.

J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!
©J.C.Staff/Sentouin, Hakenshimasu!

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