Shingeki no Kyojin: Por que o arco político divide tantas opiniões? Seria essa a quebra de uma fórmula de sucesso?

Leticia Santana
(Redatora de Blog)
Shingeki no Kyojin
© Shingeki no Kyojin

Título: Shingeki no Kyojin Season 3

Título Alternativo: Attack on Titan 3

Gênero: Ação, Drama, Fantasia, Militar, Mistério, Shounen, Super Poderes

Estúdios: Wit Studio

Número de episódios: 12

Estreia: 2018 | Temporada de Verão

Shingeki no Kyojin ou Attack on Titan é uma série de TV baseada no mangá de mesmo nome, escrito por Hajime Isayama e dirigido por Tetsuro Araki pela Wit Studio. A princípio a terceira temporada da obra contaria com 24 episódios iniciados no dia 23 de julho na temporada de verão de 2018, entretanto a produtora decidiu fazer uma breve pausa. A animação retornará a partir de Abril de 2019, na Temporada de Primavera.

©Wit Studio/Isayama

Em Shingeki no Kyojin, somos apresentados a um mundo onde os seres humanos são confinados dentro de muralhas devido a constante ameaça de titãs. Por outro lado, a humanidade conta com as forças militares, divididas entre três tropas aliadas, cada uma exercendo papel específico na luta contra os titãs. É dentro dessa configuração que somos apresentados aos personagens principais: Eren Jaeger, Mikasa Ackerman, Armin Arlet e Levi Ackerman.

Nesse blog, focarei apenas nos 12 episódios apresentados na Temporada de Verão deste ano. O arco político, que foi o grande destaque desta temporada.

O pior arco apresentado?

Quando se fala em Shingeki no Kyojin, a primeira coisa que nos vêm em mente é que se trata de um anime com enfoque na luta homem contra titã ou entre titãs (até porque esse é o título do anime Ataque de Titãs), entretanto, nesse último arco, mais conhecido como arco político, a participação de gigantes foi drasticamente reduzida. Se isso foi bom ou ruim para a obra, veremos a seguir.

Mas e aí? O anime perdeu a graça?

©Wit Studio/Isayama

Não. Apesar de no mangá o arco político ter sido alvo de muitas críticas por parte do fandom, e haver uma preocupação inicial dos fãs de como seria a adaptação, inclusive do próprio autor (Hajime Isayama), o qual deu carta branca para que os roteiristas fizessem as alterações que julgassem necessárias para o benefício da obra; o que obtivemos foi uma excelente adaptação do material original, com cenas de ação apresentadas na medida certa – para  aqueles que buscam esse recurso tão característico nos shounens – diálogos marcantes e cheios de revelações – para aqueles que curtem um bom mistério (foi plot twist em cima de plot twist) – além de uma bela dose de fan service para os mais apaixonados pelo personagem Levi Ackerman.

Honestamente, e isso é algo totalmente pessoal, eu não senti a menor falta dos titãs. O que ficou muito claro para mim, é que a luta entre humanos e gigantes vai muito além do que um mero embate entre quem é o mais forte, ou entre quem precisa morrer ou quem deve viver. A proposta foi mostrar o homem como um ser falho, capaz de ir contra a própria raça humana se isso lhe trouxer algum benefício.

Quebrando os próprios paradigmas

©Wit Studio/Isayama

Como bem sabemos, as duas primeiras temporadas apresentaram uma luta da humanidade contra os titãs e em busca da própria sobrevivência. Trocando em miúdos, o anime se popularizou em cima de um enredo bastante chamativo, com lutas regadas a muita violência, e com mortes extremamente perturbadoras e traumatizantes (ainda me lembro dos gritos de desespero do sargento Zachary e de uma tenente que foi devorada chamando pelo pai. Algo simplesmente terrível).

Porém, diferente desse cenário o qual o espectador da obra estava acostumado, e de uma maneira bastante confortável, diga-se de passagem, a terceira temporada me aparece quebrando todos os paradigmas da própria narrativa, e apresentando ao público um novo aspecto sobre a mesma obra: agora os gigantes são deixados de lado e a narrativa se volta para a própria humanidade. A luta já não é mais homem versus gigante, mas sim homem versus homem, e acredite, tinha tudo pra dar errado. Principalmente se levarmos em conta as críticas ao mangá, além do fato de que, geralmente, as adaptações para anime tendem a ser profundamente criticadas pelos leitores de mangás. Ou seja, o risco de uma rejeição por parte do público seria maior.

Entretanto, e aí é onde se percebe a competência por parte da produção de SnK. O anime, apesar de se desfazer temporariamente dos elementos que o projetaram, e que foram os principais responsáveis pela popularidade da animação mundo a fora, mostra que é possível quebrar uma fórmula de sucesso, sem perder a qualidade, e elevando mais ainda o nome da obra como um dos melhores títulos da atualidade.

Ah, mas tem muita gente que critica SnK

©Wit Studio/Isayama

Sim. A obra tem os seus problemas, como citado anteriormente, (e que fique claro que eu estou levando em conta apenas o que foi apresentado até agora nas três temporadas) SnK pode perfeitamente apresentar uma queda na estrutura de roteiro nas temporadas futuras, ou se perder totalmente ao longo da narrativa. Todavia, até agora, o que o anime apresentou o coloca sim como um dos melhores animes de todos os tempos, e sobre isso não restam dúvidas. Para aqueles que ainda não acompanham a obra, fica a dica: vale muito a pena acompanhar o fantástico universo de Shingeki no Kyojin.

 


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