Btooom! é um mangá que parece ser ruim, mas surpreende e agrada bastante Em meio a capas duvidosas e exageradas cenas de fanservice, a narrativa consegue conquistar e manter o leitor até o final

Welerson Silva
(Redator do Blog)
@welcr_silva
© Btooom!
© Btooom!

Este texto de Btooom! contém leves spoilers!

Provavelmente você já deve ter ouvido falar de Btooom!. Eu mesmo já escrevi sobre ele há um ano aqui na United. Porém, eram primeiras impressões.

A obra recebeu uma adaptação para anime em 2012. E embora não tenha coberto todo o conteúdo do mangá, ainda assim, quiçá, é o meio que tornou Btooom! conhecido. A história, por mais que interessante, não consegue cativar a muitos, pelo menos não no primeiro momento.

Isto se dá pela forte conotação sexual que Junya Inoue deu para sua obra. Além do mais, as capas do mangá mais parece um hentai do que uma história de ação repleta de mortes e explosões a todo o momento. Ou seja, aqui é preciso “não julgar um livro pela capa”. Além do mais, Btooom! é aquele tipo de narrativa que paulatinamente vai ficando cada vez melhor.

Então, caso você seja da porcentagem que chegou a ler os primeiros capítulos do mangá e achou que o negócio não ia para frente, dê uma nova chance. É muito provável que ele irá te surpreender se você estiver disposto a chegar ao final. E você que não conhecia por algum motivo, é uma ótima recomendação de leitura.

Mas afinal, do que se trata Btooom!?

Btooom! segue mais ou menos aquela premissa de personagens da vida real que acabam entrando nos jogos virtuais. A história segue a vida de Ryouta Sakamoto. Pelo menos nos primeiros períodos do mangá. Ryouta é um desempregado de 22 anos que mora com a mãe.

No mundo real ele não é alguém especial, mas online ele é um dos melhores jogadores do mundo de um jogo chamado “Btooom!”. Contudo, em um determinado dia, ele acorda no que parece ser uma ilha tropical. Porém, o jovem não se lembra de como ou porque foi parar ali.

© Btooom!
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Posteriormente descobrimos que esta ilha misteriosa nada mais é do que um simulacro do jogo Btooom!. Começa então uma guerra pela sobrevivência. O cenário torna-se de muita rivalidade, manipulação, explosões e claro, muita morte. Aliás, para se entender o que se passa nesta ilha, antes é importante ter conhecimento do funcionamento do jogo virtual.

Basicamente, duas equipes, bombas chamadas Bim’s e um objetivo, eliminar o time adversário e finalizar a partida. Agora, na vida real, cada jogador possui um chip implantado na mão. Por meio deste chip os jogares podem usar o que é chamado de radar, para saber a localização exata de cada jogador em um determinado perímetro.

Ademais, por fim, estes chips também são a passagem de volta para a “vida normal”. Ao coletar oito chips (posso estar equivocado), o jogador finaliza o Btooom! da vida real.

O que é esse Btooom! da vida real e porque essas pessoas estão ali?

Essa talvez seja uma das perguntas mais importantes do mangá. Afinal, não somente nós, leitores, as fazemos, como os próprios personagens também. E encontrar as respostas para estas perguntas é uma jornada repleta de várias emoções e, com certeza, empolgante.

Em síntese, o Btooom! da vida real é uma espécie de jogo desenvolvido pela empresa Tyrannos Japan. No entanto, o termo “jogo” é um artifício para algo muito maior. Há uma grande influência política e muito conflito de interesse por trás de todo esse teatro. Todavia, isso é algo que eu vou deixar para você que ainda não leu, descobrir por si mesmo.

© Btooom!
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Mas adiantando o processo, o Btooom! da vida real é, a grosso modo, um programa que tem como objetivo “eliminar” a escória da sociedade. Resumindo, pessoas com má índole ou que não contribuem positivamente, ao olhar dos responsáveis pelo projeto, são desnecessárias e podem ser descartadas para que o mundo seja um lugar melhor.

E quanto as pessoas que estão ali? Tudo bem que, na teoria, elas foram consideradas “lixos”. Mas como foram parar lá? Randomicamente? Cada pessoa presente neste Btooom! da vida real foi escolhida de forma seletiva, por indicação. Algumas ali foram indicadas pelos próprios familiares, alguns por amigos. O fato é que pessoas próximas colocaram elas ali.

Os backgrounds e os desenvolvimentos dos personagens

A essa altura do campeonato, já dá para notar que as pessoas que estão ali fizeram coisas graves. Outras nem tanto. Mas quem as colocou ali foram motivadas por frustrações ou ressentimentos com essas determinadas pessoas. Entretanto, um ponto muito interessante deste mangá é a história dos personagens.

Já passou por uma situação onde todo seu ódio é dedicado a um personagem em específico e ao longo da história, acompanhando a jornada deste personagem, simplesmente você se vê não o adiando tanto e começa a sentir uma certa empatia por ele?! Isso acontece muito em Btooom!.

© Btooom!
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Os personagens de Btooom! possuem um background extremamente impactante e o melhor, são introduzidos nos momentos-chave do conto. Dessa forma, a visão que se tinha de um personagem, quando iniciou a leitura, dificilmente será imutável até o término dela.

Facilmente este pode ser taxado como um dos pontos mais fortes do mangá. Essa lógica das relações entre os personagens, de entendermos o passado de cada um, suas motivações e, sobretudo, para alguns, o mérito da redenção, torna toda a experiência bem mais divertida. Sabemos dos pontos que minam a história, mas os prós são bem maiores se colocados em uma balança.

O final e o final alternativo de Btooom!

E esse tópico vai para aqueles que sempre gostam de reclamar do final das obras. O autor fez questão de desenvolver dois finais para sua trama, o “Light” e o “Dark”. Aparentemente, Inoue produziu um final no qual ele colocou suas convicções, ou seja, aquilo que ele realmente queria externar, e um final direcionado para a “indústria”.

O autor entende seus anseios, mas também compreende que as pessoas esperam um tipo de coisa. E ele quis entregar ambos. Puta trabalho que deve ter dado roteirizar e desenhar dois finais para uma mesma história. Mas dessa forma ele realizou aquilo que queria. Sendo assim, caso você deteste um final, você ainda terá uma segunda chance.

© Btooom!
© Btooom!

O ruim mesmo é odiar os dois. Aí o problema provavelmente está em você. Eu, particularmente, não gostei muito de um dos finais. Porém, como supracitado no parágrafo acima, tive uma segunda chance e o outro final acabou me agradando.

É importante salientar que gostar ou não dos desfechos vai muito do quanto você se apega aos personagens e também da sua experiência com a obra como um todo. E claro, dos seus próprios conceitos para definir o que é bom ou não. Aquilo que te agrada e que faz uma certa lógica. Mas de toda forma, leia Btooom!. Garanto que será uma leitura e tanto.

E aí, o que achou de Btooom!? Deixe aí nos comentários tua opinião, queremos saber.


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