Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan (Samurai X) 1996 e 2023 Um comparativo entre as duas obras com a primeira versão que foi ao ar mais de 20 anos atrás e seu novo remake

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Rurouni Kenshin
© Rurouni Kenshin

Olá a todos os leitores da Anime United, venho aqui para alegrar mais uma vez nossos corações pelo mundo dos animes com um texto que tinha prometido escrever, mas estava com os dias bem agitados no trabalho. Fui o responsável pelas Primeiras Impressões do remake de Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan (2023) que estreou nessa Temporada de Verão e tinha como principal meta escrever este novo artigo para fazer um comparativo entre a nova versão iniciada neste Temporada de Verão 2023 e a mais antiga produzida de 1996 até 1998, que contou com uma pequena continuação em 2001-2002. Venho tentar abordar sobre os riscos do seu sucesso ou não, devido as polêmicas envolvendo o autor Watsuki, Nobuhiro.

Primeira coisa que preciso mencionar é meu amor pela obra e pelo mangá. Durante minha infância, cresci assistindo o anime no Cartoon Network dublado e além de muitas outras que também acompanha, Samurai X (nome que ele ficou conhecido no nosso país) era um dos meus favoritos e segue sendo até hoje. Meu texto pode não ter a mesma opinião de muitos e para isso peço que comentem a vontade com suas visões, mas sempre respeitando o outro sem o uso de palavras impróprias e xingamentos.

Rurouni Kenshin
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Como já mencionado acima, o anime traz uma reformulação em sua obra, seguindo mais à risca o material de origem. Ele não é o primeiro a seguir nesse caminho, afinal tivemos nos últimos tempos outras obras recebendo novas adaptações como Fruits Basket (2019 – 2021), Digimon (2020 – 2021), Dragon Quest: Dai no Daibouken (2020), Shaman King (2021), Urusei Yatsura (2022), etc.

A produção do remake ficou a cargo do estúdio LIDENFILMS também responsável pelas produções de Tokyo Revengers, Arslan Senki, Yofukashi no Uta, Rokudenashi Majutsu Koushi to Akashic Records e a vindoura 2ª temporada de Goblin Slayer. Por outro lado, a obra de 1996 foi produzida por dois estúdios: Gallop (episódios 1-64) e Studio Deen (episódios 65-94). O primeiro foi o grande responsável, mas após a conclusão da saga de Shishio, os produtores escolheram seguir outro caminho na história e por isso passou a responsabilidade para o Studio Deen, por conta de diferenças criativas.

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Esse parágrafo pode conter leves spoilers, mas é preciso reiterar a explicação. Após a conclusão da batalha de Shishio, o mangá nos apresenta a Enishi Yukishiro e a Irmandade dos Seis que se reúnem para lidar com Kenshin por conta de seus crimes como Battousai. Aqui conhecemos profundamente o passado de Kenshin, incluindo Tomoe Yukishiro que era irmã de Enishi e uma pessoa muito próximo ao nosso protagonista.

O anime na época alcançou o mangá e assim os produtores decidiram criar suas próprias histórias. A primeira delas foi de Shogo Amakusa, em seguida Kaishuu Katsu, Cavaleiros Negros e por último do Feng Shui, além de outros fillers. Por causa da repercussão negativa dos muitos fãs, o anime então acabou sendo cancelado, mesmo com o diretor tendo o desejo se adaptar a saga de Enishi.

Este até chegou a ser introduzido em alguns OVAs que mais uma vez não repercutiram muito bem entre os fãs. Muitos consideram a saga de Enishi como a melhor de toda a história e o fato dela nunca ter sido adaptado até hoje geração insatisfação também do autor Nobuhiro Watsuki.

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Por falar no autor, um dos motivos também de escrever esse artigo está em saber se o anime atual conseguirá ter sucesso para enfim adaptar todo o material original. Afinal, para os que não se recordam, em 2017 ele foi preso por posse de material contendo pornografia infantil em sua casa e escritório. Nobuhiro Watsuki confessou o crime e foi condenado a pagar uma multa de 200 mil ienes (equivale a 9.600 reais na época). Desde então ele tem seguido com sua vida e pouco se falou desde então.

Contudo, com o anúncio do remake o tema voltou a entrar em alta. O público em geral primeiramente tinha ficado revoltado com a condenação simples do autor. A editora cancelou a publicação do mangá em diversos países do Ocidente e no próprio Japão, onde mais faz sucesso a obra. No entanto, mesmo com toda a situação, novos conteúdos voltaram a ser produzidos como os filmes em live-action e uma continuação do mangá chamada Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan – Hokkaido-hen (Rurouni Kenshin: Hokkaido Arc) que segue em lançamento. Como então será o destino da nova produção, já confirmada para ir até o final do ano com 24 episódios?

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Particularmente eu sigo empolgado com a nova produção do autor, pois como já disse sou um grande fã do mangá e do anime original. Mesmo com toda essa situação do autor, simplesmente não deixo isso vir a cabeça, pois penso exclusivamente em assistir o anime, sem outros pensamentos. Sou um dos que torce pelo sucesso, pois desejo ver todo o material ser adaptado

É mais do que obvio a diferença quando assistimos aos episódios iniciais do anime. Enquanto a obra de 1996 apresenta personagens novos e diferentes no contexto inicial, além de conteúdos que não existem no material de origem, o remake segue bem a risca o material. Muitos dos fãs da obra já criticavam a obra anterior por justamente não seguir à risca o material, trazendo várias alterações e pelo excesso de fillers em seus episódios. Já nosso remake traz além de uma fidelidade ao material, um visual mais polido, colorido com uma nova direção e novas vozes aos personagens.

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Em termos de animação, temos claramente uma evolução nos designs e traços mais bem destacados, coloridos e desenhados. Apesar disso, ainda tenho um grande apreço ao estilo do mais antigo pelas sombras, visual mais “escuro” que torna a trama bem mais sombria. E convenhamos que os arcos da história não são lá de um tom positivo, afinal estamos falando da era dos samurais com muitas lutas de espada e matança, além é claro de nosso amado personagem ser um retalhador.

Essa nova oportunidade do anime é uma chance para os fãs finalmente acreditarem que podemos ter o merecido destaque de um dos maiores mangás já produzidos. Tudo que resta aguardar é acreditar que a obra consiga fazer o sucesso como a antiga não somente com suas exibições semanais até o final do ano, como impulsione as vendas dos mangás novamente para que tenhamos o nosso merecido final “feliz” com o grande arco até então desconhecido para muitos sendo adaptado.


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