Review: Death Note E se você pudesse matar qualquer pessoa apenas escrevendo o nome dela?

Vitor Nascimento
(Podcaster)
@ifusic
©Madhouse/Tsugumi Ohba

Death Note – Ficha Técnica

Gênero: Mistério, Policial, Psicológico, Sobrenatural, Thriller
Estúdio: Madhouse
Baseado em: Mangá
Número de episódios: 37
Estreia: 2006

Light Yagami é um brilhante jovem, mas entediado com a vida perfeitinha que leva, e, sobretudo, com a maldade no mundo. Certo dia, encontra um caderno capaz de matar qualquer pessoa, bastando ter o rosto da vítima em mente. Light, não crendo no poder do caderno, decide testá-lo. Logo toma gosto pela matança e decide eliminar todo criminoso, criando dessa forma, um novo mundo onde será, como ele mesmo diz, um Deus. Após um tempo, a população começa a chama-lo de Kira. Toda essa ação chama a atenção de um grande detetive, conhecido como L, cuja identidade verdadeira é desconhecida.

A trama mostra uma grande disputa intelectual e silenciosa entre Light e L; esse, um exímio detetive, que apresenta uma forma bem peculiar de agir e que já resolveu inúmeros casos considerados difíceis, e em alguns momentos sem solução. L apresenta uma excelente habilidade dedutiva, com base em pequenos fatores, consegue fazer grandes descobertas. Além do mais, L possui grandes semelhanças com Light.

A história do anime por si só é muito cativante, a cada episódio ficamos fascinados com tudo aquilo e queremos saber mais sobre o Death Note. É interessante também ver as ambições de Light, que visa criar um novo mundo que seja perfeito. Nessa utopia, ele quer reinar. Com essa ideia em mente, ele constantemente diz que será o Deus do novo mundo.

A trilha sonora do anime é incrivelmente boa também, conta com duas aberturas e dois encerramentos e ambas as músicas se encaixam muito bem no clima dos arcos apresentados. Os temas que embalam os episódios são igualmente bons, eles conseguem passar a visão que cada personagem possui. Inclusive, o tema do L é comumente usados em várias outras ocasiões, justamente pelo fato de conseguir se adaptar.

No anime, em situações que envolvem um clima mais misterioso, é usado uma melodia que consegue captar a atenção de quem assiste. Dessa forma, conseguimos acompanhar a tensão do momento. O ritmo da narrativa é interessante, faz com que as cenas, tanto do Light, quanto do L, fluam com bastante clareza.

No entanto, o anime aparenta uma falta de uma bússola moral. As ações de Light não são tão claras como deveriam. Yagami é apresentado como um herói, até mesmo os integrantes da força tarefa, responsável por capturar o autor dessas mortes, geralmente admitem que não tem certeza se pegar Kira é o certo. Porém, Light não se encaixa muito bem no padrão de um herói. Afinal, ele não mata apenas criminosos, ele mata também qualquer pessoa que interferir no caminho dele, mesmo sendo alguém inocente.

Acontece, que, no anime, Kira parece nunca estar errado. Até quando ele mata pessoas de bem, justificam isso como uma ação para evitar ser pego. Tudo isso faz com que pareça que Light não é apenas justificado em tudo, como também merece seu status de um “deus”.

A partir do segundo arco da história, tudo fica muito corrido, após a morte de um importante personagem, logo surgem substitutos, porém, nada funciona como realmente era. Nessa fase, o anime apresenta um certo desequilíbrio, surgem alguns outros obstáculos para Light, mas nada que cause uma certa adrenalina em quem assiste. São raros os momentos que instigam o público nesse período. Com exceção do final, que até que foi bom.

Talvez você já tenha ouvido falar de Death Note bem antes. Ou talvez você só ouviu falar após o lançamento da obra da Netflix. Em qualquer um dos casos, vale a pena assistir esse anime? Sim! O anime consegue ser muito bom. Embora a partir do segundo arco ele fique meio decepcionante. Todavia, essa batalha intelectual entre duas grandes mentes rendem uma emoção muito boa à obra.

Você pode encontrar o anime no Netflix ou com uma pesquisa pela internet. A obra, na maior parte do tempo, é bem firme em relação a realidade, mesmo com seus elementos sobrenaturais. Completando, é um excelente thriller psicológico.

Nota: 10 – Obra-prima


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