Gigant é uma obra maluca, porém com uma mensagem reflexiva O mangá evidência uma crítica acentuada acerca da internet e das pessoas que estão envolvidas

Welerson Silva
(Redator do Blog)
@welcr_silva
Gigant
© Gigant/Panini

Gigant é um mangá escrito e ilustrado por Hiroya Oku. O mesmo é responsável, também, pelos títulos Gantz e InuYashiki. Então se você não conhecia este mais recente trabalho do autor, porém já leu algum desses outros mangás, sabe que o conteúdo presente nestas histórias é bem, digamos, peculiar demais.

E em Gigant não é diferente. Oku trouxe mais uma vez uma narrativa totalmente maluca, repleta de bizarrices, porém que transparece uma mensagem impactante, principalmente para os dias atuais.

Em síntese, o mangaká trabalha a ideia da internet ser uma terra sem leis e que qualquer um, graças ao poder que ela possibilitou, pode causar uma grande catástrofe mundial. Mas esta mensagem está encoberta por uma série de acontecimentos trágicos, dramáticos e sem sentido que vão sendo expostos ao longo da história.

Também é importante mencionar que Gigant é um mangá que segue uma linha bastante atrelada ao ecchi. Principalmente pelo fato da personagem em ascensão estar sempre literalmente pelada. Enfim, é apenas uma informação que talvez seja bom que você tenha ciência dela.

Mas afinal, do que realmente se trata a história de Gigant?

O protagonista que sonha em ser um produtor de cinema e o início de um relacionamento inusitado

O personagem principal da história é o que chamariam de protagonista chato. Não pelo sonho dele de se tornar alguém de renome na indústria cinematográfica, mas sim pelas atitudes que ele tem ao longo do mangá, principalmente quando encontra sua celebridade favorita. Mas vamos com calma que logo chegaremos lá.

O fato é que ele é um colegial e, desde agora, ele já começa a trabalhar nesta ideia. Ele até tenta recrutar algumas pessoas de seu colégio para ajudá-lo a gravar um curta, mas não dá muito certo. Este é um pequeno background do personagem, porque depois de um tempo, se não estou equivocado, isto não é mais colocado em pauta. Pelo menos até onde eu cheguei no mangá.

O foco vira-se totalmente para a grande paixão do garoto: Papico. Mesmo ele sendo um personagem principal na história, eu diria que Papico é, sobretudo, a mais importante. Afinal, toda a história passa a se desenvolver com base nela. Até mesmo a vida do garoto é norteada a partir dos feitos de Papico.

Gigant
© Gigant/Panini

E quando ele descobre que Papico está na cidade, ele entra num pequeno estado de euforia. Alguns capítulos posteriores ele se encontra com a garota e, por algum motivo, começam uma amizade. Com isto, surgem vários momentos dos dois saindo juntos e se divertindo, até o momento em que ele se apaixona por ela. Porém existe um detalhe muito crucial nesse relacionamento: Papico é uma atriz pornô. E ele sabia disso.

Este ponto é interessante porque evoca um questionamento: será que ele consegue lidar com isto? Pelo menos foi algo que eu pensei enquanto estava lendo Gigant. Convenhamos que não deve ser fácil, ou mesmo para qualquer um, namorar uma atriz pornô. E o motivo é bem óbvio. Todavia, nosso garoto sabia muito bem separar as coisas.

E por incrível que pareça, o mesmo conseguiu desbloquear um sentimento nunca antes sentido em Papico. A garota, por mais experiente que fosse, nunca havia sido amada de verdade como o menino a amava. E ela gostava daquilo. E a partir disto, ambos meio que se completavam. Mesmo com os percalços ao longo do caminho.

Gigant
© Gigant/Panini

Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades

Até então a história estava seguindo um ritmo consideravelmente “normal”. Porém, é aqui que as coisas começam a tomar um rumo diferente. Em um determinado dia, enquanto Papico andava pela rua, ela dá de cara com um senhor que estava prestes a morrer. Na tentativa de ajudá-lo, o homem coloca nela uma espécie de relógio.

Resumindo os acontecimentos futuros, mais para frente Papico descobre que não se trata de um relógio qualquer, mas de um tipo de aparelho que possibilita aumentar o tamanho do corpo. Não me recordo se ele também permite diminuir, como as pílulas de Nanicolina do Chapolin Colorado.

Gigant
© Gigant/Panini

A partir desta descoberta, os produtores da indústria pornográfica veem uma ótima ideia de filme, visando o número de vendas e também o ineditismo dentro do segmento. Porém, este não é o único objetivo deste poder atribuído à Papico. Claramente não podia ser esta a grande finalidade desta habilidade. Digamos que ela está destinada a salvar o mundo, ou qualquer coisa assim do gênero.

Mas se você quiser saber melhor como se desenvolve toda essa loucura, sugiro que leia Gigant, caso não conheça a história. Adianto que há lutas entre gigantes, uma pequena participação dos titãs de Attack on Titan, alienígenas e mais um monte de coisas aleatórias que você conseguir imaginar. Por algum motivo, Gigant me chamou muito a atenção e eu não consegui parar de lê-lo por um tempo. Então, reitero, dê uma olhada no mangá. De uma forma meio esquisita, vale a pena.

Gigant
© Gigant/Panini

Internet, terra sem leis

Aqui está a grande mensagem de Gigant. Pelo menos na minha concepção, uma vez que denota como as pessoas que estão na internet, muitas delas possuem uma falta de empatia enorme e só querem ver o circo pegar fogo. Afinal, o anonimato é uma forma de se expressar, principalmente com um discurso de ódio, e não ser julgado ou culpado por ninguém.

Ao longo do enredo, a história passa por algumas drásticas mudanças. Uma delas mantém um foco absoluto na internet, nas atitudes dos internautas e em suas consequências desastrosas para todo um país.

Gigant
© Gigant/Panini

Como supracitado no início deste texto, é muito fácil agir sem pensar nas consequências quando se está por detrás de uma tela de celular ou de um computador. E, às vezes, a falta de senso causa danos prejudiciais a inúmeras vidas.

Quanto a isto, o mangá de Gigant trabalha bem esta ideia, mesmo não se posicionando sobre. Acredito que tenha sido esta a intenção. Apresentar o caso e deixar que o leitor discerna se aquilo é certo ou errado. Um tipo de julgamento com base nas próprias convicções.

Gigant
© Gigant/Panini

E aí?! O que achou da história de Gigant? Deixei nos comentários sua opinião!


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