Ufotable: O estúdio por trás de Kimetsu no Yaiba A história de um dos melhores estúdios de anime da atualidade

Maknara
(Redator do Blog)
@maknarasan
Kimetsu no Yaiba
© Kimetsu no Yaiba – Estúdio Ufotable

Fundado em 2000, o estúdio Ufotable, responsável pela adaptação de Kimetsu no Yaiba ou Demon Slayer, de Koyoharu Gotōge, é famoso por produzir animes com um excelente nível de animação (Fate/Stay Night UBW, Tales of Zestiria), carregando em sua bagagem uma história de grandes trabalhos e polêmicas recentes, sendo considerado atualmente por muitos o melhor estúdio de animes do Japão.

Como tudo começou:

O ano era 2000, o mês, outubro. Crianças do mundo todo se preparavam para receber o tão esperado presente no dia das crianças. A ocasião era perfeita para nascer um novo estúdio, um estúdio cujo único objetivo seria criar animes, e foi exatamente isso que fez Hikaru Kondo, fundador do estúdio Ufotable, em parceria com alguns ex-membros do estúdio TMS Entertainment, um dos mais antigos do Japão. Esse foi um dos melhores presentes dos dias das crianças, mesmo que você só tenha percebido isso muitos anos depois.

Sua sede está localizada em Nakano, metrópole de Tóquio, e atualmente conta com aproximadamente 200 funcionários.

A origem do nome Ufotable vem de uma história curiosa. Hikaru Kondo e profissionais envolvidos no projeto, reuniam-se em um escritório para discutir ideias e propostas para o estúdio, que ainda não possuía um nome. Em um belo dia, Kondo encontrou uma mesa da Escandinávia, de design italiano, que lembrava o formato de um disco voador. Ele a comprou para o escritório de reuniões e assim surgiu a ideia. Graças ao formato da mesa, foi feita a junção de “UFO” (abreviação em inglês de “Unidentified Flying Object”) com “table” (que significa mesa em inglês) surgindo assim o nome Ufotable.

Ufotable
©Ufotable – Membros do estúdio revisando um episódio

Chegou a hora de iniciar os trabalhos:

O primeiro trabalho do estúdio aconteceu em 2002, com a produção da segunda temporada do anime Weiß Kreuz Glühen ou Knight Hunters Eternity, de Takehito Koyasu. A primeira temporada havia sido adaptada pelos estúdios Magic Bus y Plum. Um shounen de ação, drama e muitas mortes, que teve 13 episódios. A obra não chama atenção por sua animação, mas podemos dar um desconto, afinal demorou 17 anos para o estúdio produzir um anime no nível de Kimetsu no Yaiba.

O segundo trabalho aconteceu em 2003. Foi uma adaptação da light novel de Sumeba Miyako no Cosmos-sō Suttoko Taisen Dokkoidaa, de Tarou Achi e Yu Yagami, contando apenas com 12 episódios. O anime não caiu nas graças do público, mostrando uma tímida evolução do estúdio.

Em 2004, o estúdio produziu mais alguns trabalhos, como Ninin ga Shinobuden, de Ryōichi Koga, que mistura comédia com artes marciais, além de produzir o seu primeiro OVA, Aoi Umi no Tristia, baseado em um jogo de PS2.

Weiß Kreuz Glühen
© Weiß Kreuz Glühen – Primeira adaptação produzida pelo estúdio.

O ano em que as coisas começaram a dar certo para a Ufotable

Tudo começou a melhorar a partir de 2007, com a criação do primeiro filme de anime do estúdio, Kara no Kyoukai, de Kinoko Nasu. O filme superou  as expectativas e começou a mostrar para o mundo a arma secreta da Ufotable: sua enorme capacidade na utilização do CG (computação gráfica).

Kinoko Nasu é o fundador empresa Type-moon, uma empresa desenvolvedora de jogos conhecida pelo sucesso de Tsukihime, e a sua parceira com a Ufotable foi um dos maiores acertos do estúdio em toda sua história. Kinoko também é o autor de Fate/Stay Night.

Existem estúdios que trabalham com CG, mas sofrem com uma enorme dificuldade de entregar bons trabalhos. Muitas pessoas fogem do anime quando ele é associado a palavra computação gráfica. Entretanto, isso não costuma acontecer quando ele é produzido pela UfotableKimetsu no Yaiba está ai para provar isso.

Kara no Kyoukai
© Kara no Kyoukai – Primeiro filme de anime produzido pela Ufotable.

Um sucesso chamado Fate/Zero

As melhores produções do estúdio foram as adaptações da franquia Fate.

Fate/Zero estreou em 2011 e foi um verdadeiro sucesso. A história trazia os acontecimentos de 10 anos antes da primeira obra de Fate/Stay Night, que na época foi produzida pelo estúdio DEEN. A diferença entre as produções foi avassaladora e o anime rapidamente conquistou a crítica. Personagens carismáticos – isso não serve para você Kiritsugu Emiya −, uma história bem elaborada e animações muito acima da média, abusando com máxima eficiência do CG. Fate/Zero deu início a jornada bem-sucedida da Ufotable na produção de outros animes da franquia Fate.

Esse sucesso representava um caminho sem volta. Após acompanhar obras desse nível, qualquer trabalho produzido pelo estúdio dali para frente seria criteriosamente avaliado. E as expectativas estão sendo correspondidas.

Fate/Zero
© Fate/Zero – Ufotable

Kimetsu no Yaiba: o mais novo sucesso do estúdio:

A temporada de primavera do Japão trouxe gratas surpresas para nós e umas delas – se é que podemos chamar de surpresa – foi Kimetsu no Yaiba, de Koyoharu Gotōge.

O anime traz uma história não muito inovadora, porém, entrega tudo com muita maestria. A animação é espetacular, a trilha sonora é simplesmente incrível – também não é à toa, já que nela trabalham Yuji Kajiura (Fate/Zero, Sword Art) e Go Shiina (God Eater, Tales of Zestiria the X) −, além de equilibrar muito bem os momentos de drama e ação da história.

Mesmo sendo lançado em Abril, arrisco dizer que Kimetsu no Yaiba já garantiu o TOP 3 do ano – e brigará pelo topo.

Kimetsu no Yaiba
© Kimetsu no Yaiba – Último trabalho do estúdio.

Mas nem tudo são flores:

Recentemente o estúdio se envolveu em uma polêmica de sonegação de impostos, devendo mais de 400 mi ienes (R$ 14,40 milhões na cotação referente a data desta publicação), segundo a investigação que ainda está em andamento. Leia a notícia completa

O que podemos esperar para o futuro?

A tendência é que o estúdio continue se superando, entregando animes muito acima da média no quesito animação. Fica a torcida para que o estúdio mude um pouco sua filosofia em relação as adaptações a serem produzidas, pegando mais obras de mangás e novels e não focando somente em adaptações de jogos. Kimetsu no Yaiba foi uma exceção e mostrou que esse caminho pode ser muito vantajoso para a Ufotable – e principalmente para nós.

Atualmente, o estúdio é considerado um dos melhores do Japão – para muitos o melhor – disputando esse posto com estúdios como: Kyoto Animation, A-1 Pictures, J.C STAFF, entre outros. Sem esquecer de mencionar o estúdio Bones, que tem crescido cada vez mais – e hoje está entre os meus preferidos.


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