Vagabond e o conceito da força Qual o fator que determina a verdadeira força de um homem?

Welerson Silva
(Redator do Blog)
@welcr_silva
Vagabond
© Vagabond/Panini

Vagabond, mangá escrito e ilustrado por Takehiko Inoue é, com certeza, uma obra e tanto. Há de se convir que, não somente os traços de Inoue, mas também seu roteiro, são impecáveis. Nesta obra em questão, somos apresentados a um personagem chamado Shinmen Takezou, também conhecido como Miyamoto Musashi. E sim, Vagabond é baseado em fatos reais.

Isto torna a história ainda mais empolgante de se acompanhar. Primeiro que você tem em suas mãos ou na frente da tela de seu computador/celular uma narrativa super emocionante sobre a vida de um personagem histórico da vida real. E segundo, pelo fato dos vários questionamentos abordados na trama serem reais. Questões das quais você pode ter uma percepção de realidade.

Um dos temas mais fortes em Vagabond é a questão da supremacia, da força. E para elucidar isto, temos o desenvolvimento de personagem extremamente bem trabalhado de Takezou.

Quem foi Shinmen Takezou?

Antes de entrarmos no assunto que de fato interessa neste texto, “o que de fato é ser forte?”, preciso contextualizar a história de Vagabond para aqueles que, talvez, não conheçam esta obra. A vida de Takezou é dividida em dois períodos. Imaginar assim deixa a ideia mais agradável. O primeiro momento é a vida enquanto Shinmen Takezou.

Takezou era considerado um homem incrivelmente forte. Na verdade, absurdamente poderoso. Ele chegara a receber a alcunha de demônio, ou algo semelhante a isto. O motivo disto era sua imensurável força e desprezo por seus inimigos. Takezou era imbatível no campo de batalha. Muitos temiam seu nome. Mas ainda assim ele não estava satisfeito.

Quando iniciei a leitura de Vagabond tive uma ideia superficial do protagonista e acreditei, até certo momento, que tudo aquilo não passava de protagonismo genuíno. Em determinados momentos, o protagonista aniquilava um bando inteiro de ladrões experientes sozinho e praticamente sem nenhum esforço. E essas façanhas acontecem em muitos outros momentos da história.

Vagabond
© Vagabond/Panini

Mas o fato é que isto é a base para podermos compreender o que há de vir pela frente. Enquanto pensamos que Takezou já é um homem extremamente forte, ele ainda busca a verdadeira força. Para ele, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que possa se julgar de fato um homem forte. E quando ele é abatido pela primeira vez, tudo que ele acreditava desmorona.

Esse é o segundo momento da vida de Takezou, quando ele passa a se chamar Miyamoto Musashi. E é a partir desse ponto da história que as coisas ganham forma e começam a ficar cada vez mais intensas e interessantes. Musashi encontra pessoas que são superiores a ele em força e em técnica, logo ele percebe o quão insignificante ele é. Eis então o processo de aperfeiçoamento.

Descobrindo a si mesmo e o que é a força

Outro mangá bastante conhecido por trabalhar esse conceito de entender a força é Hajime no Ippo, de George Morikawa. Esta obra é uma de minhas favoritas. A adaptação é o meu terceiro anime da vida. Logo, era imprescindível que ele estivesse presente aqui neste texto. Em Hajime no Ippo acompanhamos a história de um jovem chamado Ippo Makunouchi.

Existem algumas divergências entre o conhecer de um e de outro. Enquanto Takezou buscava entender a força e se tornar ainda mais detentor dela, Ippo não passava de um jovem sempre abatido e cansado da vida que levava tentando se tornar alguém forte. Um já era forte o outro buscava, um dia, se tornar. Mas há uma coisa congruente entre ambos: o processo.

Hajime no Ippo
© Hajime no Ippo/editora Kodansha

Para ambos entenderem que não eram fortes o suficiente, necessariamente precisaram conhecer pessoas que os superavam e os fizessem mudar as percepções. Para Takezou, que sempre dominava em batalhas, surgiram pessoas que o fizeram recuar e temer por sua própria vida. Enquanto para Ippo, o encontro com novos desafiantes o fizeram enxergar que o caminho para se tornar alguém forte é como uma ladeira, às vezes interminável.

Uma coisa é certa. Por mais que eles fossem julgados pessoas fortes e que podiam dominar o mundo, os próprios não possuíam este prisma. E isto, por mais que real, fomenta a busca de um algo que possui um processo quase que interminável. Por quê? Pessoas com feitos tão significativos que ainda se consideram fracas, o que estão buscando? O que de fato é ser forte? Talvez o significado não esteja no conceito etimológico do termo.

Histórias que trabalham com conceitos reais

Tanto Vagabond como Hajime no Ippo são grandes produções que atuam nessa ideia de realidade. Buscar a força, trabalhar com a superação pessoal, entender que a vida não gira em torno de nós mesmos e que sempre existirá pessoas melhores que nós. Enquanto estivermos vivos, haverão pessoas superiores, mas isso não se trata de desistir por conta disto, mas sim de sempre se aperfeiçoar e superar as próprias limitações.

Essa é uma das grandes lições deixadas por Takehiko Inoue George Morikawa.

Vagabond
©Vagabond/Panini

E aí?! Você se acha uma pessoa forte? Diz aí nos comentários.


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