Capa Ecchi de Yuuna-san levanta Questionamentos a Jump sobre Contratar Mulheres pro cargo de Editoras É polêmica em cima de polêmica!!

Ana
(Supervisora da redação)
@anapnf
Yuragi-sou no Yuuna-san
©Yuragi-sou no Yuuna-san

A Weekly Shonen Jump é a revista top dos mangás japoneses desde a sua primeira edição no Japão, em 1968. Essa antologia semanal de mangás é a revista de quadrinhos mais vendida no Japão, com publicações populares como Dragon Ball, Naruto, Bleach, Yu-Gi-Oh! e Dragon Quest. Embora a revista seja voltada para um público masculino jovem, também é popular entre as leitoras do ensino fundamental e médio.

No entanto, a revista está sendo criticada depois de ter escondido conteúdo erótico dentro de suas páginas, em um tópico deletado no Twitter, escrito em inglês por um usuário alemão-japonês.

O tópico do Twitter criticou a Weekly Jump por mostrar conteúdo pornográfico em uma página que mostra a personagem principal do mangá Yuragi-sou no Yuuna-san, “posando nu em uma pose abertamente sexual e com uma expressão sexualizada”. A imagem foi colocada de maneira inteligente, para que os mamilos, embaçados em branco, apareçam quando a página é posta contra a luz, devido ao fato dela conter por trás uma imagem grande de pérolas de tapioca rosa, que se parecem exatamente com mamilos.

Confira o resultado neste twitter:

O pornô oculto recebeu aplausos de alguns e escárnio de outros, que afirmam que o conteúdo é inadequado para os jovens leitores da revista. No entanto, o tópico publicado pelo usuário alemão-japonês original, que terminou com ela dizendo que estava “meio contente” com o declínio da população japonesa, parece ter sido tão problemático que sua conta no Twitter não está mais disponível.

A julgar pelos comentários japoneses sobre o assunto, é provável que ela tenha recebido uma tonelada de mensagens de ódio por seu tweet.

“Este é apenas o Japão todos os dias.”
“O Japão está em risco quando se trata de igualdade de gênero entre os países desenvolvidos.”
“Eu pensei que todo mundo amava tapioca!”
“Os estrangeiros não conseguem distinguir entre quadrinhos e realidade.”
“Não há problema com a liberdade de expressão aqui.”
“É apenas tapioca!”

Embora o conteúdo erótico tenha dividido opiniões no Japão e em todo o mundo, a Weekly Jump há muito tempo retrata as mulheres de uma maneira que as pessoas nas sociedades ocidentais podem achar ofensiva para as mulheres. Afinal, Nami de One Piece é conhecida por seus seios gigantes, e até o criador do mangá disse aos fãs que está feliz por eles terem fantasias sexuais sobre seus personagens.

E embora o mangá shounen seja voltado para um público masculino jovem, existem muitos adultos que também gostam desse gênero. Analisando o relatório demográfico da revista para 2019, 46,8% de seus leitores têm 18 anos ou menos, enquanto 53,2% de seus leitores têm 19 anos ou mais.

Essa é uma divisão bastante equilibrada entre jovens demais para ver material erótico e legalmente velhos o suficiente para vê-lo, o que provavelmente causará problemas quando se trata de publicar mangás japoneses conhecidos por seus personagens sexualizados.

Esconder os mamilos dos personagens sob uma página de papel também não é um truque novo, já que os fãs de mangá sabem exatamente como criar visão de raio-X e fazer com que os peitos 2-D sacudam como se estivessem em um anime.

A polemica gerou outra polemica:

Por conta desse “problema” com Yuuna-san, algumas pessoas começaram a exigir em seus comentários que a Weekly Jump contratasse editoras mulheres para trabalhar em seus mangás, para evitar que coisas assim ocorram novamente, e então se levantou uma nova questão.

A alegação de contratar mulheres para servirem de editoras na Weekly Jump seria para mudar mangás como Yuuna-san e ensinar aos garotos a valorizar/respeitar mulheres e valores do feminismo, já que segundo comentários no twitter, mangás são uma forma de entretenimento que influenciam a cabeça dos jovens.

Porém a situação pegou mais fogo após surgirem informações no Twitter de que, em uma feira de empregos numa faculdade, a Shueisha havia respondido à pergunta “As mulheres podem se tornar editoras da Weekly Shonen Jump?” com a seguinte resposta: “Embora não seja sem precedentes, para trabalhar no editorial da Jump, você precisaria entender o coração dos meninos, então…” essa resposta deu a entender que eles não são contra a contratação de mulheres, mas que seria bem difícil eles aceitarem uma.

Quem informou isso foi uma conta anônima no Twitter, que não podia ser verificada. Então o site Huffington Post Japan entrou em contato com a Shueisha que confirmou o comentário e ainda acrescentou:

”Algo assim não é sem precedentes. Atualmente existem mulheres envolvidas na Shonen Jump+ (serviço de mangá digital japonês da Shonen Jump), e mulheres já ocuparam cargos editoriais na Young Jump e em outros projetos de impressão. No entanto, em uma revista de moda feminina, independente do sexo, é essencial compreender os desejos de mulheres jovens preocupadas com a moda, para um mangá Shonen (para garotos), entender o coração de garotos jovens é importante”.

Segundo a editora, a contratação de novos graduados é feito tendo em base o número total de pessoas que eles precisam, após as contratações eles distribuem as pessoas por departamento.

Basicamente, mulheres não vão para a Weekly Jump, mas para outras publicações da Shueisha, como a Young Jump, Jump+, etc.

A resposta deixou muitas pessoas enfurecidas que acusaram a editora de ser misógina e discriminar as mulheres na empresa, não as colocando para serem editoras de mangás da Jump.

Outro ponto de argumentação é de que existem mangás Shonen populares escritos por mulheres.

Em uma entrevista de Rádio para a TBS em 2018, editores da Jump participaram e falaram mais sobre isso, na ocasião alguns editores falaram que gostariam de ter colegas mulheres trabalhando lá, que elas poderiam dar ideias de piadas novas e novas direções as histórias, e não são contra a contratação de mulheres.

Na mesma entrevista foi revelado que em 50 anos da revista, uma mulher nunca trabalhou lá no cargo de editora.

Por outro lado:

Um dado curioso é o publicado no doujin Statistics Shonen Jump, que foi lançado na Comiket 94 e tem dados e estatísticas sobre a revista, e o que ela revela é que com o passar dos anos, pouco a pouco, mulheres estão cada vez mais valorizadas na publicação.

Nos últimos anos começou a se publicar mangás com protagonistas mulheres (Neverland, Act-Age) e nos últimos tempos personagens mulheres tem ganhado mais poder de luta em mangás da Jump.

E quanto ao Ecchi? Segundo o doujin, personagens homens exibem mais o corpo na revista do que personagens mulheres.

Nos últimos anos a Jump se tornou mais e mais amigável com mulheres, e isso se deve por conta do crescimento de leitoras na revista.

Fonte: Aqui e Aqui!


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