Nanbaka – Era Para Ser uma Simples Comédia Este anime pode não parecer, mas ele irá te surpreender completamente

Bolinhodearroz
Nanbaka
© Satelight / Nanbaka

Lançado em 2016 pelo estúdio Satelight e com 24 episódios divididos em duas temporadas, Nanbaka traz uma singularidade ao conceito de comédia que pega qualquer um de surpresa.

Nanbaka
© Satelight / Nanbaka

Sinopse:

A história de Nanbaka acompanha o dia a dia de quatro prisioneiros de Nanba,a melhor prisão do mundo, e que, apesar de suas situações, tentam se divertir sempre quando podem. Contudo, as coisas mudam quando um deles descobre coisas sobre seu passado do qual não se recordava.

Nanbaka
© Satelight / Nanbaka

Admito que nunca imaginei que um anime desse estilo existisse, até que o algoritmo da Internet (após maratonar inúmeros episódios de Prison Break) deixou à vista um edit muito legal dele. Despertada a minha curiosidade, fui atrás e saí completamente estupefata e admirada com o trabalho extremamente bem realizado no enredo e na animação de Nanbaka.

Desde seu primeiro episódio, o anime se apresenta como uma comédia e ponto. Esse é um fato tão comprovado que, por alguns episódios, eles ressaltam e repetem inúmeras vezes que é um “anime de comédia” (sempre quebrando a quarta, quinta e até a décima parede).

Nanbaka
©Satelight / Nanbaka

E, realmente, eles entregam uma boa comédia, naquela mesma estrutura conhecida por todos nós de fatos e situações isoladas e aleatórias em que os personagens interagem entre si com representações e comportamentos altamente absurdos e exagerados, sempre com uma piada ou tirada sarcástica sobre a situação. Isso sem esquecer do que citei logo ali das quebras de parede onde personagens interagem com eles, com quem assiste e até como se fossem parte da narração. Conseguimos dar boas risadas com todos os momentos cômicos e com as situações hilárias dentro do contexto

Mas, acima de tudo, vai-se construindo uma outra atmosfera ao final dos episódios que só percebemos de fato algum tempo depois, com o grande estopim.

Nanbaka
©Satelight / Nanbaka

Sem dar muitos spoilers, posso apenas dizer que o tipo de história foco dá uma grande reviravolta e se revela como contexto principal do enredo, se complementando no decorrer do trajeto e dando uma nova perspectiva a tudo.

E à medida que os episódios vão seguindo e chegamos até na segunda metade, as coisas vão tomando um outro rumo e alcançando uma nova proporção que nossas versões que assistiram os três primeiros episódios jamais pensariam.

E por mais que os momentos cômicos sejam bem aleatórios, nada ali é desconexo e tudo faz parte de um grande todo. Cada episódio traz uma nova informação e brinca com ela até que ele se encerra e mostra que não foi por acaso que deixaram aquele novo desenvolvimento no ar. Todos os personagens possuem um maior aprofundamento de seu passado e de suas motivações, mas além disso eles complementam a história principal e trazem alguns bons plots twists para o enredo.

Nanbaka
©Satelight / Nanbaka

Então, o que era para ser uma simples comédia com um grupo de amigos sempre tentando fugir da prisão, se torna uma história recheada de traumas, obstáculos de vida, redenção e, também, bastante pancadaria. E o mais interessante é que, apesar de não combinar com o tom de comédia, esses elementos se encaixam muito bem à história que vem sendo contada. Algumas informações chegam do mais completo nada, mas depois eles conseguem explicar e trazer um contexto que faça sentido do porque aquilo está ali.

Infelizmente não é possível falar muito sobre esse anime sem dar spoiler do que acontece ali, por isso estou tentando me prender ao contexto geral de tudo. Todos os personagens são estranhos e um pouco enigmáticos, mas acima disso são carismáticos. Apesar de sua bagagem apresentada e de suas mazelas do passado, eles se entrosam muito bem e firmam amizades lindas e muito fortes ali, nos presenteando com momentos icônicos de resenha.

Nanbaka
©Satelight / Nanbaka

Outra coisa a se elogiar é o design de animação que consegue balancear o colorido da comédia com os tons mais escuros e todo o sangue da parte mais pesada, mostrando nos pequenos detalhes que a dualidade de informações e de sentidos não está apenas no enredo. Fora isso, a opening é viciante, a ending é até mais comum e todo o resto da trilha sonora sabe acompanhar o intenso contraste da atmosfera principal.

Amo o fato de que a parte um pouco mais pesada e dramática se destaca muito bem e de uma forma muito inesperada em meio a todo o caos retumbante dos prisioneiros tirando onda com os guardas e sempre tentando fugir por esporte, afinal a prisão é perfeita para eles e até se tornou seu lar.

Nanbaka
©Satelight / Nanbaka

E assim, com toda essa miscelânea de estilos e acontecimentos aleatórios com outros mais profundos, que Nanbaka nos conquista e se desenrola até o seu final nos levando a torcer que o grande segredo do protagonista seja revelado e toda a sua vida de sofrimento seja, finalmente, libertada. Todos os personagens que vivem na prisão, de maneira literal, também estão presos, subjetivamente, em algo que trazem consigo de seu passado e os moldou a ser o que são agora. Isso sem esquecer dos próprios relacionamentos internos e dos segredos guardados entre os supervisores e outros funcionários daquele local. É tudo sensacional e um completo caos, mas que nos conquista do início ao fim. Somos arrastados, portanto, ao universo prisional que mescla a mais pura comédia com elementos pessoais e dramáticos de todos os seus personagens. As caricaturas são apenas uma fachada para o que todos realmente guardam dentro de si. Mas, no final, nos pegamos rindo das situações mais absurdas logo depois de um clima totalmente tenso e sinistro.

Nanbaka
©Satelight / Nanbaka

Por isso deixo aqui a análise/recomendação da semana e peço que comentem e compartilhem para que todos saibam um pouco mais sobre esse anime tão singular.


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